Larva de 500 mi de anos com cérebro preservado é estudada com raios-x

Pesquisadores encontraram, na China, o fóssil de uma larva com 500 milhões de anos e o cérebro ainda preservado — o incrível estado dos tecidos moles revela muito sobre a evolução dos artrópodes, atualmente representados pelos insetos, durante o Período Cambriano (entre 542 milhões e 488 mi de anos atrás). O animal foi analisado com técnicas de raios-x.

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  • Fóssil de criatura bizarra de três olhos mostra em detalhes evolução dos insetos

A espécie é nova à ciência e foi nomeada Youti yanshi, que, em mandarim padrão, significa “larva (yòutǐ) primitiva (yuánshǐ)”. Os pesquisadores responsáveis, da Universidade de Durham, publicaram um estudo detalhando a descoberta na última quarta-feira (31) na revista científica Nature

O Y. yanshi viveu no ambiente marinho e estava nos período iniciais de desenvolvimento, na fase larval, ainda em tamanho microscópico. Ele é ancestral dos atuais insetos, aranhas e caranguejos, e podia atingir o tamanho de um grão de areia — mesmo diminuto, seu fóssil ajuda a revelar como os cérebros dos artrópodes evoluíram até o momento atual.


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Fóssil de larva no raio-x

O estado de preservação do fóssil é único, já que larvas são pequenas e frágeis, e seus tecidos moles dificilmente sobrevivem ao tempo. A criatura estava na formação rochosa Yu’anshan, na província chinesa de Yunnan, e foi escaneada com raios-x, tendo um modelo 3D gerado para estudo das estruturas internas.

Resultado do raio-x na larva de 500 milhões de anos (Imagem: Smith et al./Nature)
Resultado do raio-x na larva de 500 milhões de anos (Imagem: Smith et al./Nature)

Com isso, foi possível ver o cérebro e o sistema circulatório primitivos, mesmo meio bilhão de anos após sua preservação. Os tecidos moles, segundo os cientistas, foram substituídos por fosfato, criando a mineralização que mostra o formato antigo do animal. Isso se deu, provavelmente, pelo alto nível de fósforo na água, fornecendo os meios para o processo natural acontecer.

O achado mostrou, em um nível de detalhes inédito, como era a anatomia dos primeiros artrópodes — no Y. yuanshi, aparentemente o cérebro estava começando a ficar mais sofisticado, já que uma parte do órgão mostra protuberâncias que viriam, no futuro, se tornar antenas e outros apêndices úteis à família de criaturas que dele descenderam.

A especialização craniana permitiu aos artrópodes se adaptar a vários estilos de vida diferentes, se tornando, por exemplo, predadores temíveis em seu meio. Sua diversificação, que advém, em parte, desse processo segue até os dias de hoje, cimentando o sucesso desses seres no planeta.

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