Em um estudo da Universidade de Cardiff, cientistas conseguiram, pela primeira vez, coletar seções longas de rochas do manto da Terra, a camada abaixo da crosta que forma a maior parte do planeta. Com o achado, é possível estudar a influência do manto na atividade vulcânica e no ciclo de elementos importantes, como carbono e oxigênio, podendo revelar seu papel na origem da vida.
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- Continentes se formaram graças a ondulações do manto da Terra
O núcleo extraído é composto de rochas quase contínuas com 1.268 metros de comprimento, vindo de uma região chamada de “janela tectônica”, parte do leito marinho onde as rochas do manto estão expostas, na Fenda Mesoatlântica. Os itens foram recuperados na Expedição 399, nomeada “Tijolos da Vida, Maciço do Atlântico”, realizada pelo navio perfurador JOIDES Resolution em 2023.
História do manto e da vida na Terra
Na pesquisa, publicada na revista científica Science, especialistas analisaram a composição, estrutura e contexto das rochas do manto. No campo da mineralogia, notou-se haver muito menos do mineral piroxênio do que se esperava, além de altas concentrações de magnésio. Isso indica que as rochas dessa camada da Terra derretem muito mais do que os cientistas previam.
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O derretimento, segundo eles, acontece quando o manto sobe das partes mais profundas em direção à superfície. A descoberta ainda está sendo analisada e pode ter implicações grandes no entendimento científico sobre a formação do magma e sua influência no vulcanismo, especialmente no leito marinho, onde a maior parte do fenômeno ocorre.
O achado também mostra como a olivina, mineral abundante no manto, reage com a água do mar e causa reações químicas, gerando elementos como o hidrogênio e diversas moléculas que servem de combustível para a vida.
Como as rochas do manto se assemelham mais às da Terra primordial do que as rochas continentais modernas, isso pode indicar que a origem da vida foi alimentada por processos como este, mostrando como eram as condições químicas e físicas da geologia terrestre durante o surgimento dos primeiros seres vivos.
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