Exército afasta ex-braço direito de Cid e “kid preto”, presos pela PF

O Exército oficializou nesta quinta-feira (22/2) o afastamento das funções de dois oficiais da Força presos preventivamente pela Polícia Federal na Operação Tempus Veritatis, que investiga articulações golpistas no governo Jair Bolsonaro.

Foram “agregados” pelo Departamento-Geral de Pessoal do Exército o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, apontado pela PF como braço direito do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, e o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, flagrado em mensagens discutindo com Cid um pagamento de R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes golpistas a Brasília.

O Estatuto dos Militares prevê que sejam “agregados” pelas Forças Armadas, sem cargo e função, militares da ativa afastados temporariamente do serviço por diversos motivos, entre os quais “se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da Justiça Comum”.

Ao mandar prender os dois oficiais, o ministro do STF Alexandre de Moraes também os afastou das funções públicas. A portaria que oficializa o afastamento de ambos tem data retroativa a 8 de fevereiro, dia em que a PF deflagrou a Tempus Veritatis.

Preso em Brasília após voltar dos Estados Unidos, onde cumpria missão oficial em Washington, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto é apontado pela PF como “homem de confiança” de Mauro Cid, que fechou um acordo de delação premiada.

Segundo as investigações, o oficial fazia parte de dois núcleos do golpismo palaciano de Jair Bolsonaro: a frente responsável por Incitar militares à aderirem ao golpe e o “núcleo operacional” de apoio a atos golpistas, que seria coordenado por Mauro Cid para manter manifestações em frente a quartéis militares.

Conhecido como Joe e integrante dos “kids pretos” do Exército, ou seja, membro das forças especiais, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira foi identificado pela PF como interlocutor de Cid na coordenação de estratégias para execução do golpe, sobretudo manifestações golpistas em Brasília.

Em mensagens com o ex-ajudante de ordens do então presidente, Marques de Oliveira tratou da transferência de R$ 100 mil para bancar a ida e a estadia de manifestantes pró-golpe à capital.

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