Em depoimento de cerca de 10 horas à Polícia Federal (PF), o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, afirmou que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, era a cabeça por trás do embasamento jurídico na trama golpista.
De acordo com o brigadeiro, o ex-ministro dava embasamento jurídico para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decretar estado de defesa ou de sítio. A informação é da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo.
A expressão “estado de defesa” chamou a atenção dos investigadores da PF por também estar presente na chamada “minuta do golpe” encontrada, no ano passado, em um armário na casa de Torres.
Prevista na Constituição Federal, essa medida trata-se de um regime excepcional que pode ser acionado pelo presidente da República, com o objetivo de preservar ou restabelecer a ordem pública ou a paz social, em locais restritos e dirigidos.

Carlos de Almeida Baptista Junior
O brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

General Freire Gomes
General Freire Gomes
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres depõe na 11ª reunião da CPMI do 8 de Janeiro 1
Anderson Torres em CPMI
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Militar estava na reunião da “minuta do golpe”
Assim como o general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, Baptista Junior confirmou ter participado da reunião para tratar da “minuta do golpe”.
No entanto, durante o debate com os chefes das Forças Armadas, o brigadeiro disse que se posicionou contra a medida.
Baptista Junior rejeita fraude nas eleições
O militar reforçou aos investigadores que não teria acontecido fraude nas eleições presidenciais, baseado nas conclusões do relatório militar sobre as urnas eletrônicas.
Baptista Junior ainda teria afirmado a Bolsonaro que não houve fraude no pleito de 2022.