Fazenda terá representação em Conselho da Petrobras, diz Rui Costa

Após dias de discussão sobre o resultado da Petrobras em 2023 e o anúncio do não pagamento de dividendos a acionistas, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que a pasta da Fazenda passará a ter uma vaga no Conselho de Administração da empresa.

“O Conselho pode ser renovado uma vez por ano e o presidente vai escolher, eventualmente, quais pessoas quer trocar, renovar. A Fazenda pediu uma representação e o presidente atendeu que vai ter representação da Fazenda no Conselho”, falou a jornalistas no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (12/3).

O ministro disse que as mudanças não são exclusivas à administração da estatal e haverá um “rodízio de pessoas de um conselho para o outro, até para oxigenar”.

Questionado sobre a reunião de quase quatro horas na segunda-feira (11/3), Rui afirmou: “Não entendo essa polêmica”. Na última tarde, o ministro esteve reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, além dos titulares da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Para Rui, a questão de pagar ou não os dividendos “cabe à governança da Petrobras decidir. Não vejo por que essa polêmica toda”, reforçou. “A lei foi, está e será sempre cumprida”, disse.

O titular da Casa Civil ainda negou possíveis tensões entre os membros da reunião. “Não tinha nenhum ‘tensiômetro’ para medir a tensão, estava sem o instrumento. Estava todo mundo sorridente na foto”, completou.

Entenda

Após a reação do mercado aos anúncios de uma queda de 33,8% nos lucros da Petrobras em 2023, em comparação com 2022, e do não pagamento dos dividendos, houve o agendamento de uma conversa de Lula com Prates no Palácio do Planalto.

As informações haviam levado a um rombo de R$ 55,3 bilhões em valor de mercado na sexta-feira (8/3), com as ações da Petrobras em baixa de 10% na Bolsa de Valores brasileira (B3) e diminuição de 0,99% do Ibovespa, principal índice da B3.

Depois de algumas horas da reunião na segunda, chegaram alguns executivos da estatal: Carlos José do Nascimento Travassos, diretor-executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, de Logística e Mercados, e Mauricio Tolmasquim, de Transição Energética e Sustentabilidade.

O ministro Haddad destacou que o pagamento dos dividendos não poderia comprometer os investimentos da companhia.

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