A Justiça de Mato Grosso homologou o plano de recuperação judicial da empresa P A Rezende Transportes, que teve recursos bloqueados em 2022 por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, sob suspeita de financiar atos antidemocráticos. A recuperação judicial foi aprovada em maio.
O advogado da empresa, Antônio Frange Júnior, afirmou que a situação crítica da empresa foi consequência do bloqueio imposto pelo Supremo.
“O bloqueio financeiro forçou os dirigentes da Rezende Transportes a contrair empréstimos com terceiros, a juros maiores, para poder honrar os compromissos com seus mais de 200 colaboradores e fornecedores. Foi uma medida do STF que culminou no desequilíbrio de uma empresa com anos de serviços prestados é fundamental para a economia”, afirmou Frange Júnior.
O bloqueio foi autorizado por Moraes em novembro de 2022. Na ocasião, a P A Rezende e outras 32 empresas tiveram contas bloqueadas por supostas ligações com atos antidemocráticos, a exemplo de bloqueios ilegais em rodovias e manifestações golpistas em frente a quartéis. Dez pessoas também foram citadas na decisão do ministro.
Sediada em Água Boa (MT), a companhia atua no Mato Grosso e em outros quatro estados. Como entrou em recuperação judicial, a companhia terá mais tempo para negociar suas dívidas, atualmente avaliadas em R$ 26 milhões, e deverá apresentar relatórios mensais sobre a reestruturação.