Ao longo dos bilhões de anos de existência, o planeta Terra já passou por diferentes eras glaciais e períodos mais quentes. Existem diferentes evidências dessas transformações, o que pode ser feito pela análise do gelo glacial. Agora, uma equipe internacional de pesquisa descobriu que os vírus milenares, que foram preservados em amostras congelantes, dão mais detalhes sobre a história das mudanças climáticas.
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Afinal, os vírus também se adaptaram para sobreviver a condições climáticas extremas e sofreram mutações ao longo das eras, como aponta estudo liderado por cientistas da Universidade Estadual de Ohio (EUA). A “sorte” da ciência é que ainda existem amostras muito antigas de gelo para serem investigadas, permitindo entender como ocorreu a evolução viral em ecossistemas já extintos.
Publicado na revista Nature Geoscience, o recente estudo se concentrou na análise de amostras de gelo coletadas na Geleira Guliya, localizada no extremo noroeste do Planalto Tibetano. Os achados dão pistas sobre as transformações do planeta nos últimos 41 mil anos.
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Vírus se adaptaram às mudanças climáticas?
Antes de seguir, vale mencionar que a base da pesquisa são as colunas de gelo perfuradas e coletadas no Tibete. Dependendo da maneira como é analisada, cada camada revela informações sobre a atmosfera da época, como gases mais comuns e possíveis ocorrências de erupções vulcânicas. Também dá pistas sobre a vegetação, quando há a presença de pólen. As temperaturas são identificadas pela análise dos isótopos de oxigênio e da espessura das próprias camadas.
Os micróbios preservados, como vírus, também são elementos importantes, mas ainda são pouco estudados e compreendidos. Tanto é que foram encontradas 1,7 mil novas espécies de vírus desta vez, ampliando em mais de 50 vezes o número de vírus milenares já identificados em geleiras.
A maior variabilidade na comunidade viral foi identificada na camada de gelo que se formou há cerca de 11,5 mil anos. Nesta época, o planeta enfrentava uma grande transição climática do frio Último Período Glacial para o quente Holoceno.
Para os pesquisadores, a descoberta sugere que os vírus estavam reagindo às mudanças climáticas conforme as temperaturas aqueciam, o que pode explicar a diversidade maior do que em outras épocas.

“Isso pelo menos indica a conexão potencial entre vírus e mudanças climáticas”, pontua Zhi-Ping Zhong, pesquisador da universidade norte-americana e autor principal do estudo, em nota.
“Antes deste trabalho, como os vírus se ligavam a mudanças em larga escala no clima da Terra permanecia em grande parte inexplorado”, lembra o cientista Zhong.
Gelo glacial do Tibete
O consenso entre a equipe é que esses vírus milenares congelados infectavam especificamente outros micróbios dominantes, como as bactérias do gênero Flavobacterium, comuns no gelo glacial. Assim, os estudos não têm implicações diretas na saúde dos humanos modernos.
Por outro lado, analisar essas amostras de gelo de locais que permaneceram congelados, mesmo em períodos anteriores de aquecimento do planeta, é fundamental.
Isso porque essas análises fornecerão insights de como os atuais vírus devem responder às mudanças climáticas no presente. Hoje, algumas doenças já se proliferam mais do que outras em locais devido ao aumento das temperaturas, e esse processo ainda pode se intensificar.
Leia a matéria no Canaltech.
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