Múmia de mulher gritando eterniza morte dolorosa no antigo Egito

Se você tem interesse no antigo Egito e em arqueologia, já deve ter visto alguma imagem nas redes da famosa “múmia que grita”, de 3,5 mil anos. Em uma nova pesquisa, cientistas egípcias sugerem que a expressão agonizante da mulher está, muito possivelmente, relacionada a uma morte dolorosa, como a maioria das pessoas imagina. 

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Esta é a principal hipótese apresentada pela dupla Sahar Saleem, professora de radiologia da Universidade do Cairo (Egito), e Samia El-Merghani, pesquisadora do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, em artigo recém-publicado na revista Frontiers in Medicine.

“A expressão facial de grito da múmia neste estudo pode ser lida como um espasmo cadavérico, o que implica que a mulher morreu gritando de agonia ou dor”, afirmam as autoras, em artigo. Embora os espasmos cadavéricos tenham causa desconhecida, são normalmente associados a mortes violentas em situação física e emocionalmente extrema.


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Nesse processo de análise da múmia de mulher gritando do antigo Egito, a equipe obteve dados a partir de tomografias computadorizadas, das análises químicas e de registros arqueológicos.

História da múmia de mulher gritando

A múmia da mulher que eterniza uma morte dolorosa foi encontrada no complexo de sepulturas Deir el-Bahari, perto da margem ocidental do rio Nilo, em 1935. A identificação foi feita durante as escavações do túmulo de Senenmut, um importante arquiteto. Por isso, é possível que ambos compartilhem um parentesco próximo.

Quando foi sepultada, a múmia foi adornada com uma peruca preta (feita a partir de fibras de uma tamareira) e com dois anéis decorados com escaravelhos. Apesar dos detalhes, não se sabe o seu nome real. Oficialmente, é registrada como CIT8 (1479–1458 a.C.).

Através da tomografia computadorizada, as pesquisadoras apontam que a mulher tinha cerca de 48 anos (segundo a análise do osso pélvico), media 1,5 m e apresentava alguns problemas de saúde, como artrite devido ao estado dos ossos de sua coluna. 

Após tomografia, cientistas descobrem mais sobre a história da múmia que grita do antigo Egito (Imagem: Saleem et al., 2024/Frontiers in Medicine)

Ela perdeu alguns dentes antes de morrer, já que os alvéolos dentários não estavam cicatrizados. As análises não permitiram concluir qual foi a causa da morte da “múmia que grita”.

Morte dolorosa e espasmo cadavérico

“A boca amplamente aberta pode ser resultado de uma expressão facial de sofrimento antes da morte, fixada após o espasmo cadavérico”, sugerem as autoras.

Para entender, o espasmo cadavérico “ocorre após atividade física ou emocional extrema, levando ao rigor post-mortem imediato, pois os músculos contraídos tornam-se rígidos logo após a morte e são incapazes de relaxar”, detalha a equipe. 

Por trás da expressão de grito e horror, a principal hipótese é que a mulher tenha sofrido uma morte violenta (Imagem: Saleem et al., 2024/Frontiers in Medicine)

Devido a essa rigidez, é possível que os embalsamadores não tenham conseguido fechar a boca da mulher. Outra probabilidade é que o embalsamento tenha ocorrido logo, não dando tempo para a expressão de dor e horror se desfazer.

Mesmo incomum, há outros dois casos conhecidos de múmias que parecem gritar: Pentawere (1173 a 1155 a.C.) e Meritamun (1525 a 1504 a.C.). A causa da morte de ambos é conhecida, sendo suicídio e ataque cardíaco, respectivamente.

Outras possíveis explicações

A morte dolorosa no antigo Egito é a principal hipótese para explicar a boca aberta da múmia, como se estivesse gritando. No entanto, as próprias autoras do artigo explicam que outras alternativas são possíveis e não podem ser completamente descartadas. A boca aberta pode ser resultado do processo de putrefação, ou da força compressiva dos envoltórios, por exemplo.

Para os curiosos, a “múmia que grita” está em exposição no Museu Egípcio do Cairo. Enquanto isso, o sarcófago e os anéis em formato de escaravelho podem ser vistos no Metropolitan Museum of Art (The Met), em Nova York, nos EUA.

Leia a matéria no Canaltech.

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