Horário de verão vai voltar? Governo define data para anunciar decisão

Um relatório feito pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) recomendou o retorno do horário de verão. O órgão afirmou que a volta seria prudente no momento climático e energético que o país vem passando. Nesta quinta-feira (19), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que a recomendação será discutida com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e decisão será tomada nos próximos 10 dias.

Retorno do horário de verão será discutido no Governo Federal e decisão deve ser anunciada nos próximos dez dias -

Retorno do horário de verão será discutido no Governo Federal e decisão deve ser anunciada nos próximos dez dias – Foto: Agência Brasil/Arquivo/ND

Segundo Silveira, a medida, se adotada, passaria a valer ainda em 2024, não necessariamente durante todo o verão. O ministro, no entanto, mencionou que ainda não está convencido da necessidade de reimplantar o horário de verão e a discussão será baseada em estudos técnicos e em evidências científicas.

“[O estudo] demonstrou que o horário de verão tem grau de economicidade e aumenta a confiabilidade no momento de necessidade de energia de ponta, entre 18h e 21h. Mas, considerando que não faltará energia no Brasil, devido ao planejamento, quero buscar outros instrumentos de maior resiliência ou maior confiabilidade antes de decretar”, declarou Silveira.

Ministro Alexandre Silveira disse não estar convencido da necessidade da volta do horário de verão, mas decisão deve ser melhor avaliada

Ministro Alexandre Silveira disse não estar convencido da necessidade da volta do horário de verão, mas decisão deve ser melhor avaliada – Foto: Pedro França/Agência Senado/Reprodução/ND

Horário de verão deixou de ser adotado no Brasil em 2019

Usado pela primeira vez no Brasil em 1931, o horário de verão passou a ser uma medida permanente em 2008. Todos os anos, a mudança no horário era a partir do primeiro domingo do mês de novembro até o terceiro domingo do mês de fevereiro do ano seguinte.

No horário de verão os relógios eram adiantados em uma hora para reduzir o consumo de energia elétrica, especialmente nos horários de pico. Um dos intuitos era aproveitar mais a luz do dia.

Em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro avaliou que a política não cumpria mais o propósito para o qual tinha sido desenhada, alegando que os hábitos de consumo de energia dos brasileiros mudaram.

A medida valia para, além de Santa Catarina, os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Medida deixou de ser adotada em 2019, durante governo Bolsonaro

Medida deixou de ser adotada em 2019, durante governo Bolsonaro – Foto: Calendarr/Reprodução/ND

ONS recomenda retorno

Silveira disse que a medida é um instrumento de segurança energética e que o fim do horário de verão levou o Brasil à beira de um colapso em 2021. Como resultado, ele mencionou a necessidade de o país contrair um empréstimo de mais de R$ 5 bilhões devido à escassez hídrica.

“Na época, a conta de energia subiu mais de 20% porque vivíamos um período de negacionismo no país, além do abandono das políticas públicas”, afirmou o ministro.

De acordo com o cálculo feito pelo ONS, o Brasil pode ter uma economia em torno de R$ 400 milhões, considerando que a maior exposição da energia solar em comércios, residências, indústrias e iluminação pública deverá reduzir o acionamento das usinas termelétricas e hidrelétricas.

Ainda de acordo com estudo, o horário de pico da energia mudou para outros horários do dia. “A redução observada no horário da ponta noturna, ou seja, das 18h às 21h, é compensada pelo aumento do consumo em outros períodos do dia, especialmente no início da manhã”, analisou o órgão.

“Além disso, pelas prospecções realizadas, não teria impacto sobre o atendimento à potência, pois o horário de verão não afeta o consumo no período da tarde quando se observa a maior demanda do dia”, conclui o estudo.

*Com informações do portal R7

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