Pela primeira vez, a ciência consegue explicar a eletricidade estática

A eletricidade estática é um fenômeno conhecido há milênios, desde antes de Cristo — Aristóteles afirmou que o filósofo Tales de Mileto (640 a.C. – 546 a.C.) descobriu que, após esfregar um pedaço de âmbar com um pano, o objeto é capaz de atrair grama seca.

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Embora a descrição deixe claro que já conhecemos o evento natural, até os dias atuais ainda não sabíamos porque ele acontecia. O americano Benjamin Franklin fez algum progresso quando esfregou cera e lã e definiu os conceitos de carga positiva — adquirida ao esfregar lã — e carga negativa — garantida ao esfregar cera.

O que gera eletricidade estática, afinal?

O mistério solucionado, afinal, foi o papel do “esfrega-esfrega” na geração de eletricidade estática, feito dos cientistas da Universidade Northwestern. Segundo eles, a resposta é surpreendentemente simples, e tem a ver com as deformações dos objetos friccionados — as deformações diferentes nas partes da frente e de trás de algo deslizante possuem cargas diferentes, gerando corrente.


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A eletricidade estática, descobriram cientistas, é gerada pela diferença de carga em superfícies irregulares (Imagem: LaSombra/CC-BY-S.A-2.0)
A eletricidade estática, descobriram cientistas, é gerada pela diferença de carga em superfícies irregulares (Imagem: LaSombra/CC-BY-S.A-2.0)

O modelo confeccionado pelos pesquisadores foi chamado de “cisalhamento elástico”, e gera uma situação onde um material resiste a uma força deslizante, como esfregar um prato sobre uma mesa. Quando você para de empurrar o prato, ele freia subitamente, e a resistência ao deslize faz com que as cargas elétricas se movam.

Isso explica as correntes triboelétricas durante o deslizamento, sendo elas forças tangenciais quebrando a simetria do contato. Segundo os cientistas, os elementos carregados, a média de potencial interno e o potencial de deformação são distribuídos assimetricamente e compensados pelas cargas livres envolvidas na transferência de carga. Combinados com o movimento de deslize, esses elementos geram corrente.

Enquanto na vida cotidiana associamos eletricidade estática a eventos cômicos como levar leves choques ao abrir a porta do carro ou espetar os cabelos numa bobina de Tesla, o fenômeno pode ser sério em alguns casos, gerando incêndios industriais ou afetando a dosagem de medicamentos em pó.

Carregar grãos com eletricidade estática também pode influenciar na moagem e no sabor do café, mas, mais importante, o fenômeno foi essencial para garantir a existência da Terra — foi por conta dele que as partículas formadoras de planetas se juntaram, o que ocorre por conta da eletricidade estática das partículas se colidindo.

Dependemos muito mais dela do que imaginávamos, e agora sabemos porque a fricção é tão importante nisso.

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