Direita transformou maior eleição do país num telecatch; análise

Pablo Marçal e José Luiz Datena estão de parabéns. Com o murro que um assessor de Marçal deu ontem no marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes, a eleição da maior capital do país virou um telecatch oficial.

As hostilidades entre os candidatos, ainda sem agressão física, começaram no primeiro debate, na Band, com as acusações infundadas de Pablo Marçal sobre uso de cocaína por Guilherme Boulos. Apegado à estratégia de gerar cortes nas redes por meio de um comportamento lacrador, Marçal seguiu com suas provocações no segundo encontro, promovido pelo Estadão, quando contrariou as regras do programa para exibir uma carteira de trabalho a Boulos. O psolista até tentou se segurar, mas acabou tentando tirá-da das mãos do rival, sentado ao seu lado. Foi o momento mais à esquerda do telecatch.

Se a surreal cadeirada de Datena de Marçal no debate da TV Cultura foi o ponto mais baixo de debates marcados por poucas propostas e muitos ataques, o apresentador já havia ensaiado agredir o ex-coach duas semanas antes, no debate da TV Gazeta. Na ocasião, Datena chegou a deixar seu púlpito para peitar Marçal quando provocado por ele, mas não foi adiante.

O bolsonarismo abriu a tampa do esgoto para esse tipo de postura. Virão outros Marçal por aí, e, pela Terceira Lei de Newton, mais cadeiradas e murros. Ou coisa pior.

 

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