Hidrogênio turquesa | Conheça o primo do hidrogênio verde com futuro promissor

Para brecar o aquecimento global, é preciso dar início ao processo de transição energética e reduzir o uso de petróleo e outros combustíveis fósseis. Na busca de novas formas de gerar energia e produzir combustível, entra a questão do hidrogênio, como o hidrogênio verde. Outra opção em desenvolvimento é o hidrogênio turquesa, que não libera dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e ajuda a revolucionar a indústria. 

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“O hidrogênio é o elemento mais abundante no universo, mas por ser tão reativo, não é encontrado sozinho na natureza. Em vez disso, ele normalmente está ligado a outros átomos e moléculas de água, gás natural, carvão e até mesmo matéria biológica, como nas plantas”, explica Hannes van der Watt, professor assistente da Universidade de Dakota do Norte (EUA), em artigo para a plataforma The Conversation.

Por isso, é sempre necessário adotar algum processo para extrair o hidrogênio. A forma de extração vai definir o seu impacto ambiental, sendo que algumas alternativas são mais nocivas que outras para o meio ambiente. O impacto é, na maioria das vezes, medido pela liberação de gases que contribuem com o efeito estufa, como o CO2.


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De forma geral, “o hidrogênio pode ser usado para gerar eletricidade com menores emissões de gases de efeito estufa do que as usinas de carvão ou gás natural”, pontua Watt. “Como combustível, ele pode armazenar energia e reduzir as emissões de veículos, incluindo ônibus e navios de carga”, acrescenta.

As cores do hidrogênio

Para classificar a produção de hidrogênio em relação à questão da sustentabilidade, é comum usar uma escala baseada em cores. A forma mais comum é o hidrogênio cinza, ou seja, aquele produzido a partir da queima de gás natural. O processo é conhecido como reforma a vapor e, como libera CO2, não é uma forma desejável para o futuro.

O hidrogênio azul é um grande avanço em relação ao cinza. Isso porque é gerado através da reforma a vapor do gás natural, mas, dessa vez, ocorre a captura e o armazenamento adequado do carbono produzido durante todo o processo. Então, o impacto ambiental é controlado.

No extremo oposto, está o hidrogênio verde. Em um processo muito mais “limpo”, a eletricidade é usada para separar a molécula da água (H2O) em duas moléculas de hidrogênio e oxigênio. Aqui, é importante que corrente elétrica tenha sido gerada por alguma fonte de energia renovável, como energia solar ou eólica. 

Inclusive, foi anunciado recentemente um aporte bilionário que fará com que o Nordeste se torne uma referência na produção de hidrogênio verde nos próximos anos.

O que é hidrogênio turquesa?

No caso do hidrogênio turquesa, há o uso do metano (CH4), no qual o gás natural é “quebrado” a partir do processo de pirólise, com a energia térmica. Assim, é possível converter o metano em hidrogênio e carbono sólido. A energia utilizada no processo precisa, obrigatoriamente, ter sido obtida através de fontes limpas, sem emissão de CO2. Então, este processo mescla o uso de recursos renováveis e não renováveis.

“A pirólise do gás natural se apresenta como uma alternativa relativamente limpa para a produção de hidrogênio, uma vez que o processo não gera CO2 de forma direta”, afirma nota técnica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre o combustível que pode revolucionar a indústria.

Baixa emissão de carbono torna o hidrogênio turquesa opção viável em um futuro com energias mais limpas, além do hidrogênio verde (Imagem: zamrznutitonovi/envato)

Em relação ao subproduto gerado, o carbono sólido (precisamente, o negro de fumo) pode ser usado na fabricação de pneus de automóveis, grafite, corante e condicionador de solo, além da indústria do aço. É importante que o ciclo de vida do subproduto seja gerenciado de forma eficiente, evitando outros impactos ambientais na hora do descarte, por exemplo.

Apesar dos benefícios, quando é comparado ao hidrogênio cinza, a maioria dos projetos com o hidrogênio turquesa ainda está na fase piloto ou inicial.

Hidrogênio vai revolucionar a indústria?

Na corrida por novos combustíveis e formas de gerar energia, a demanda por hidrogênio (independentemente da cor) deve aumentar de duas a quatro vezes em relação ao seu nível atual até 2050. Com esse processo, a ideia é que os custos da produção em larga escala sejam reduzidos. 

 

“Embora o hidrogênio verde seja uma tendência promissora, ele não é a única solução para atender às necessidades energéticas do mundo e às metas de energia livre de carbono”, destaca o professor Watt. 

“Uma combinação de fontes de energia renováveis ​​e hidrogênio limpo, incluindo azul, verde ou turquesa, provavelmente será necessária para atender às necessidades energéticas do mundo de forma sustentável”, completa o especialista.

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