Briga de bolsonarismo e PSD por eleições e Moraes tem efeito colateral

A briga que opõe o bolsonarismo e o PL ao PSD em torno das eleições municipais e do impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes tem um efeito colateral: dificultar politicamente a vida do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas.

Filiado ao Republicanos, sigla que ensaia trocar pelo PL, Tarcísio foi alçado ao cargo pelos votos dos bolsonaristas do interior de São Paulo a partir do apoio de Jair Bolsonaro em 2022, mas tem como principal articulador político de sua candidatura e de seu governo o presidente do PSD, Gilberto Kassab.

Embora seja uma das figuras mais criticadas no bolsonarismo, Kassab não perdeu poder no governo Tarcísio. Ao contrário: a posição estratégica na Secretaria de Governo e Relações Institucionais paulista facilitou suas articulações para fortalecer o PSD em São Paulo.

Enquanto isso, o governador paulista tem o nome cotado para concorrer à Presidência em 2026, mas se esforça para demonstrar fidelidade a Bolsonaro. Tarcísio participou do ato de Sete de Setembro na Avenida Paulista, organizado pelo bolsonarismo para a pedir a deposição de Alexandre de Moraes.

Diante da prioridade ao impeachment de Moraes na agenda bolsonarista e da posição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de sequer cogitar dar andamento ao tema na Casa, figuras proeminentes do PL, como o deputado Nikolas Ferreira, têm pregado um boicote ao PSD e a seus candidatos nas eleições deste ano.

Pessedistas e bolsonaristas estão em lados opostos em duas das principais capitais do Sudeste: no Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) é o favorito à reeleição e tem Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin sob Bolsonaro, como principal adversário. Em Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) disputa uma vaga no segundo turno com o deputado estadual Bruno Engler (PL), segundo o Datafolha.

 

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