Militar do grupo de Mauro Cid sugeriu campo de prisioneiros: Auschwitz

Brasília – Em meio à investigação da Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe de Estado, surgem detalhes preocupantes sobre o comportamento de militares envolvidos no plano.

No grupo de WhatsApp “Dosssss!!!”, criado pelo tenente-coronel Mauro Cid, um dos militares sugeriu, em conversa, a criação de um campo de prisioneiros de guerra, mencionando o campo de concentração Auschwitz, em uma alusão de teor nazista.

Este grupo, que reunia cerca de 90 oficiais das Forças Especiais, discutia abertamente a realização de ações violentas contra autoridades.

No dia 19 de novembro de 2022, um major perguntou no grupo sobre a possibilidade de conduzir prisioneiros sem aparelhos, usando a sigla “CPG”, que, de acordo com o inquérito, significa Campo de Prisioneiros de Guerra.

Embora o major que fez a pergunta não tenha sido indiciado, a resposta do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, outro integrante do grupo, chamou a atenção ao sugerir de forma perturbadora o nome de Auschwitz, o famoso campo de concentração nazista.

Tenente coronel Rafael Martins, preso por golpe - Foto: Reprodução
Tenente coronel Rafael Martins, preso por golpe – Foto: Reprodução

O que diz o inquérito da Polícia Federal?

1. O conteúdo das mensagens
O relatório da Polícia Federal destaca a sugestão do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, que em resposta ao questionamento sobre o campo de prisioneiros, escreveu simplesmente: “Auschwitz!!”. A PF ressalta que Auschwitz foi o campo de concentração mais mortal da Segunda Guerra Mundial, onde um milhão de pessoas, em sua maioria judeus, foram assassinadas.

Tenente coronel Rafael Martins, preso por golpe - Foto: Reprodução
Tenente coronel Rafael Martins, preso por golpe – Foto: Reprodução

2. A reação ao ministro Alexandre de Moraes
Ainda no mesmo dia, o major voltou a fazer um comentário, dessa vez com tom agressivo e pejorativo: “Vai ter careca arrastado por blindado em Brasília?”, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa frase, amplamente associada a um discurso de violência, gerou mais preocupações sobre a motivação por trás dos planos discutidos no grupo.

O que foi a operação da PF?

1. Prisões e indiciamentos
A Polícia Federal indiciou 37 pessoas por sua participação no movimento golpista, que incluiu tentativas de abolir violentamente o Estado de Direito Democrático e formar uma organização criminosa. As mensagens obtidas pelos investigadores fornecem detalhes alarmantes sobre os planos de desestabilizar as instituições democráticas do país.

Quais foram os membros envolvidos no grupo?

O grupo “Dosssss!!!”, nome inspirado na última sílaba de “Comandos”, foi criado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No total, cerca de 90 oficiais das Forças Especiais estavam envolvidos, discutindo abertamente ações ilegais e violentas. A troca de mensagens e a sugestão de Auschwitz são apenas alguns dos momentos que revelam a gravidade da situação.

Entenda o caso do grupo golpista e as mensagens no WhatsApp

  • Data da troca de mensagens: 19 de novembro de 2022.
  • Nome do grupo: “Dosssss!!!”, composto por oficiais das Forças Especiais.
  • Indiciados: 37 militares por tentativa de golpe e formação de organização criminosa.
  • Comentários problemáticos: Sugestão de campo de prisioneiros e referência a Auschwitz.
  • Motivo das investigações: Tentativa de golpe de Estado e desestabilização do sistema democrático.

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