Ostentação em Paris: policial denuncia ex por golpe de R$ 770 mil

O empresário Cristian Francisco Ribeiro (foto em destaque) é acusado por uma ex-namorada policial civil de aplicar golpe de R$ 770 mil, em uma trama que envolve promessas e documentos falsos para dar credibilidade à vida de ostentação que ele apresenta.

A policial registrou boletim de ocorrência contra Ribeiro, dono da Fenix Tecnologia, Construções, Incorporações e Projetos, empresa aberta em 2018 da qual apenas ele é sócio. Em depoimento, a mulher afirmou que Ribeiro pagou uma viagem para o Chile para ela, na primeira semana de namoro. Ele dava presentes caros à policial, como iPhone, iPad, e andava em carros de luxo, o que passava a imagem de bem-sucedido.

Por isso, segundo a vítima, ela não desconfiou quando o homem pediu o primeiro empréstimo, de R$ 120 mil, em agosto de 2023. No início, o homem pagava as parcelas, o que deu mais confiança à mulher.

De acordo com as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), para “passar credibilidade e legitimar” os constantes pedidos de recursos à vítima, Ribeiro apresentou contratos com as empresas Brasal Incorporações, no valor de R$ 50 milhões, e Sicredi, de R$ 2 milhões. A apuração, porém, revelou que os documentos eram falsos.

Em uma das solicitações de empréstimo, Ribeiro disse à então namorada que precisava de dinheiro para pagar seguro caução de contrato milionário que a empresa dele estaria fechando com a empresa de Paulo Octávio, o que seria mais uma mentira, de acordo com a investigação.

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Policias apreenderam um Ford Edge com Cristian Ribeiro

A vítima fez financiamento de uma Harley-Davidson para o empresário
O homem que ostenta vida de luxo nas redes sociais é acusado de aplicar golpes em ex-namorada, na família dela e em amigos dele próprio
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Cristian Ribeiro é investigado por golpe de R$ 770 mil em ex-namorada

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Policias apreenderam um Ford Edge com Cristian Ribeiro

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A vítima fez financiamento de uma Harley-Davidson para o empresário

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O homem que ostenta vida de luxo nas redes sociais é acusado de aplicar golpes em ex-namorada, na família dela e em amigos dele próprio

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O pai e o ex-marido da mulher também contraíram empréstimos de R$ 150 mil e R$ 40 mil, respectivamente, e enviaram os recursos para Ribeiro.

A policial chegou a vender o próprio carro, acreditando na promessa de que ele lhe daria um veículo melhor, e fazer o financiamento de uma moto Harley-Davidson para o empresário.

A vítima contou, em depoimento à PCDF, que percebeu o golpe em março de 2024, quando Ribeiro parou de pagar os empréstimos e as faturas dos cartões de crédito, além de não deixar nenhum carro mais à disposição dela.

Ribeiro deixou a ex-namorada com a dívida, mas não parou de ostentar. Em outubro, o homem viajou para Paris, na França. Ele divulgou nas redes sociais que irá passar o fim de ano em Pipa, no Rio Grande do Norte.

Busca e apreensão

A PCDF pediu a prisão temporária de Ribeiro e busca e apreensão dos bens em posse do estelionatário. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou a favor de busca e apreensão e ressaltou que o homem estaria em posse veículos e outros bens “possivelmente adquiridos mediante a utilização do benefício financeiro obtido com a prática delituosa”.

O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Águas Claras autorizou a busca e apreensão, mas negou o pedido de prisão temporária de Ribeiro.

Em 10 de dezembro de 2024, policiais cumpriram o mandado e apreenderam a Harley-Davidson, um Ford Edge, um iPhone 14, notebook, máquina de cartão e documentos.

A advogada da vítima, Nayara Caixeta, disse que “a decisão de deferir as medidas cautelares representa um passo importante no caminho da justiça, pois demonstra que o sistema está atento à proteção da vítima e ao combate ao estelionato amoroso”.

“Essas medidas não apenas resguardam os direitos da vítima, mas também reafirmam que a manipulação e o abuso de confiança não serão tolerados. É uma mensagem clara de que a justiça está a serviço de quem foi lesado”, afirmou.

O advogado de Ribeiro, Bruno Machado Kós, disse que “a versão até o momento apresentada é apenas unilateral e será devidamente contraditada com provas robustas que serão juntadas em momento judicial legal”. “O sr. Cristian Francisco comprovará sua inocência e futuramente apresentará legalmente junto ao Judiciário a decida ação judicial contra aqueles que estão tentando prejudicar sua vida”, afirmou.

Ocorrências criminais

De acordo com a apuração da PCDF, Ribeiro tem uma longa ficha criminal, com pelo menos oito boletins de ocorrência nos quais ele é acusado de obter mais de R$ 345 mil por meio de golpes. Os BOs são referentes a dois furtos de celular, venda de passagens aéreas, cheque sem fundo e golpes aplicados até em amigos dele.

Uma das vítimas registrou ocorrência, em 2018, na qual afirmou que pagou R$ 4,6 mil para o acusado, sob pretexto de pagar taxa alfandegária de uma mala que teria US$ 1,5 milhão.

Em outubro de 2024, dois amigos de Ribeiro o denunciaram por apresentar documentos falsos para obter empréstimos, de R$ 86 e R$ 250 mil. Em uma das ocorrências, o amigo disse que Ribeiro alegou que precisava de R$ 250 mil para dar em caução e participar de licitação com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e apresentou documentação falsa. Posteriormente, segundo a vítima, o estelionatário admitiu ter adulterado o documento e devolveu R$ 100 mil.

No outro caso, a vítima afirmou que era amigo de Ribeiro há sete anos e autorizou que ele usasse o cartão de crédito no valor de R$ 86 mil, também sob pretexto de necessidade de dinheiro para fechar acordos comerciais. Ele teria justificado contratos milionários com Paulo Octávio e o Sicredi, também apresentando contrato e notas falsas.

Ribeiro também foi acusado de violência contra uma ex-namorada. A Justiça deferiu medidas protetivas de urgência à vítima e determinou que o empresário usasse tornozeleira eletrônica, em agosto de 2024.

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