Pequim – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na capital chinesa com um presente de bilhões no bolso: US$ 17 bilhões em novos investimentos da China no Brasil, só para 2025. Em um seminário organizado pela ApexBrasil, Lula e empresários chineses sacramentaram uma nova fase na parceria sino-brasileira — com chips, aplicativos, hambúrgueres, energia e até sorvete no meio.
Empresas como Longsys, Meituan, Mixue, Envision, DiDi e Sinovac cravaram suas apostas em solo brasileiro. E não é troco: tem fábrica nova, frota elétrica e insumos farmacêuticos saindo do forno. A estimativa é que só a rede Mixue — que já chutou o McDonald’s do trono global — invista R$ 3,2 bilhões na expansão por aqui.
Chips, sucos e carros elétricos
- A Longsys, especialista em semicondutores, quer montar fábricas em São Paulo e Manaus.
- A Meituan, gigante chinesa das entregas, vai jogar seu braço internacional, Keeta, no mercado brasileiro.
- Já a Mixue, dona da maior rede de fast food do mundo, vem com força total com sorvetes, sucos e um apetite voraz por real.
- A Envision promete R$ 5 bilhões em combustível de aviação sustentável.
- A DiDi, controladora da 99, vai eletrificar a frota por aqui.
- E a farmacêutica Sinovac negocia com a Eurofarma para produzir IFAs.
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, foi direto: “Nunca aconteceu algo assim”. Os números são tão grandes que a BR Foods vai até montar uma fábrica de hambúrguer na China, com carne verde-amarela.
Uma trilha de trilhões
Somando comércio e aportes, o fluxo entre Brasil e China pode bater R$ 1 trilhão. E o encontro, organizado em menos de dez dias, já reúne mais de 700 empresários — número que superou as expectativas até da diplomacia.
Representantes de peso como BYD, Cofco e Luckin também participam da rodada. E o tom não é só de negócios: a ideia é transformar infraestrutura, tecnologia e logística brasileira a partir dessa aproximação geopolítica.
Ferrovias, drones e energia limpa
Desde 2007, a China já despejou US$ 66 bilhões no Brasil, segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). Metade disso foi só no setor de energia, com projetos como o Linhão de Belo Monte.
Na infraestrutura, o destaque vai para o Porto de São Luís (MA) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL). E vem mais por aí: os chineses já estão de olho na Ferrogrão, que liga o Mato Grosso ao Pará.
Em 2025, as montadoras BYD e GWM começam a fabricar carros elétricos em Camaçari (BA) e Iracemápolis (SP). E no campo, até drones da DJI vão pulverizar lavouras brasileiras em parceria com a ANAC.
Brasil na Rota da Seda?
O pesquisador Zhou Zhiwei, da Academia Chinesa de Ciências Sociais, defende que a parceria em semicondutores e infraestrutura pode colocar o Brasil em posição estratégica na Iniciativa Cinturão e Rota.
“É uma cooperação científica e tecnológica com potencial gigante”, disse Zhou, destacando que os dois países buscam independência tecnológica e sinergia no desenvolvimento.
O post Veja os bilhões de investimentos chineses que que Lula conseguiu para turbinar o Brasil apareceu primeiro em Diário Carioca.