Mesmo após recentes rusgas no diálogo diplomático, o governo da Ucrânia pediu que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, convença Vladimir Putin a encontrar Volodymyr Zelensky na Turquia. O pedido foi feito nesta terça-feira (13/5), por meio do chanceler ucraniano, Andrii Sybiha.
Em uma publicação no X, o diplomata revelou ter conversado com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, nesta semana.
“Eu reafirmei a prontidão do presidente Zelensky para se reunir com Putin na Turquia, e pedi ao Brasil que use sua voz autoritária em seu diálogo com a Rússia para que esse encontro direto de mais alto nível aconteça”, escreveu Sybiha em um comunicado.
No sábado (10/5), o presidente da Rússia propôs iniciar conversas diretas com o governo da Ucrânia na Turquia. A iniciativa foi bem recebida por Zelensky, que confirmou a ida a Istambul. Até o momento, no entanto, o Kremlin faz mistério sobre a participação de Putin na reunião.
No contato, a diplomacia de Ucrânia solicitou apoio a um cessar-fogo incondicional de 30 dias. O que, de acordo com Kiev, seria uma “base para negociações de paz eficazes”.
Até o momento, o governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre a solicitação. Mais cedo, contudo, Brasil e China emitiram uma declaração conjunta defendendo o diálogo direto entre Rússia e Ucrânia. O comunicado foi divulgado durante a visita de Lula a Pequim.
Antes de desembarcar no país liderado por Xi Jinping, o mandatário brasileiro esteve na Rússia, onde se reuniu com Putin e outras lideranças mundiais.
Por conta da viagem, os bastidores diplomáticos entre Brasília e Kiev viveram dias agitados nos últimos meses. A participação de Lula nas comemorações do Dia da Vitória, em Moscou, foram vistas pelo governo ucraniano como um novo aceno do Brasil para Putin.