Cientistas de universidades europeias, chinesas e australianas descobriram evidências de que pode haver um oceano de água líquida no subterrâneo de Marte, equivalente à água das geleiras da Antártida. Em artigo publicado no último dia 25 de abril na revista científica National Science Review, os pesquisadores descreveram os estudos sísmicos que levaram à conclusão.
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Água e oceanos em Marte
É sabido, à ciência, que o planeta vermelho já teve muita água, principalmente no seu período formativo, entre 4,1 a 3 bilhões de anos atrás, já que ostenta redes de vales, deltas e rochas sedimentares. À medida que Marte perdeu seu campo magnético, no entanto, a radiação solar removeu a atmosfera, fazendo a temperatura baixar e parte da água escapar para o espaço.

Outra porção congelou no subterrâneo ou nas calotas polares, e o restante ficou preso em minerais hidratados sob a crosta. Segundo estudos, esses fenômenos não teriam sido o suficiente para remover toda a água marciana, deixando um mistério no ar. Analisando dados sísmicos do módulo de pouso InSight, da NASA, que chegou a Marte em 2018, pode-se ter resolvido o enigma.
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Ondas sísmicas causadas pelo impacto de asteroides e martemotos em 2021 e 2022 parecem ter desacelerado entre 5,4 km e 8 km de profundidade, o que pode ter ocorrido por conta de água líquida em rochas porosas — tais ondas viajam mais devagar pelo líquido do que pelo sólido. Os supostos aquíferos marcianos podem ter o volume de água que faltava, calculado anteriormente.
Outras pesquisas também indicaram água congelada sob a superfície de Marte, e outro estudo, de 2024, sugeriu a presença do líquido em rochas entre 11,2 km e 21 km de profundidade. Como a água é essencial à vida como a conhecemos, saber de sua presença em outros planetas é muito importante para os cientistas. Se ela abriga formas de vida, mesmo que microscópicas, só saberemos quando perfurarmos a superfície marciana.
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