Brasília – O governo brasileiro lamentou nesta terça-feira (13) a morte de José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos, em Montevidéu. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores exaltou a trajetória de Mujica, chamando-o de “um dos mais importantes humanistas de nossa época” e “grande amigo do Brasil”.
A nota relembra o papel ativo de Mujica na integração sul-americana e sua militância política em defesa do Mercosul, Unasul e Celac — blocos regionais que a extrema-direita vive tentando sabotar por puro servilismo a interesses estrangeiros. Segundo o Itamaraty, o compromisso do líder uruguaio com “uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária” permanece como exemplo incontornável.
Mujica: símbolo de coerência e humildade
A confirmação da morte veio pelo atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, que homenageou o antecessor nas redes sociais:
“Presidente, ativista, referência e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho.”
Mais do que palavras bonitas, Mujica foi o oposto da política espetáculo, vivendo em simplicidade, recusando privilégios, e falando com o povo como igual. Uma antítese viva do populismo vazio e corrupto que hoje tenta se reerguer na América Latina a base de fake news e negacionismo histórico.
Lula já havia homenageado Mujica
Durante visita a Montevidéu, em dezembro de 2023, Lula condecorou Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, maior honraria brasileira para estrangeiros. Na ocasião, o presidente o chamou de “a pessoa mais extraordinária” entre os líderes com quem conviveu.
O Itamaraty reiterou que o legado de Mujica “seguirá inspirando todos e todas que acreditam na integração regional e num mundo mais justo”. E conclui a nota com um recado que deveria calar fundo na elite desumana que tenta reduzir política a negócios escusos:
“O legado de ‘Pepe’ Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento.”
O governo brasileiro também expressou solidariedade à viúva Lucía Topolansky, aos familiares e ao povo uruguaio.
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