E se asteroides servirem para alimentar astronautas em viagens espaciais?

A alimentação dos astronautas é um dos principais desafios no planejamento de missões tripuladas a destinos distantes no espaço, como Marte. Pensando nisso, cientistas ofereceram uma solução inusitada, descrita em um novo estudo na revista The International Journal of Astrobiology: as tripulações poderiam se alimentar de asteroides durante a viagem.

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Calma, a ideia não é que eles tenham que se deliciar com rochas espaciais — que, convenhamos, não devem ser nada apetitosas. Na verdade, a proposta é usar processos químicos e físicos para desintegrar os asteroides, e depois, usar o material para bactérias benignas. Elas iriam transformar os pedaços de asteroide em uma biomassa, que poderia servir para alimentar os astronautas.

A alimentação é um dos maiores desafios para missões tripuladas em destinos distantes, como Marte (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech)

A ideia surgiu quando cientistas analisaram um estudo do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que descrevia formas de reciclar contêineres de plástico usados para armazenar ração militar. O processo poderia até transformar estes itens em alimento!


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Para isso, o plástico seria transformado em gás e óleo por meio da pirólise. Depois, o óleo é destinado a bactérias em um biorreator, sendo transformado em uma biomassa nutritiva. No caso dos asteroides, o processo poderia transformar o carbono em algo comestível. 

E talvez isso sirva com asteroides ricos em carbono, como o Bennu. Mas ainda há muito trabalho a ser feito para que algo assim se torne realidade: por exemplo, os cientistas ainda precisam descobrir se a biomassa produzida é tóxica e segura para o consumo e devem, claro, encontrar uma forma de minerar asteroides.

Apesar do caminho à frente, pesquisadores parecem estar animados com a ideia. “Já prometi que vou ser o primeiro a dar uma mordida”, comentou Joshua Pearce, coautor do estudo, em entrevista ao The New York Times. “Se eu sobreviver, podemos passar para os alunos de pós-graduação”, brincou ele.

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