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Cientistas criaram um modelo de simula\u00e7\u00e3o da estrela Betelgeuse, na tentativa de compreender o comportamento da supergigante vermelha. Os resultados v\u00e3o ajudar a entender as din\u00e2micas em sua superf\u00edcie e, talvez, a hist\u00f3ria de sua evolu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Estrela pode explodir em 2024 e vai dar para ver a olho nu<\/li>\n
Qual \u00e9 a estrela mais brilhante do c\u00e9u noturno?<\/li>\n<\/ul>\n
Recentemente, astr\u00f4nomos observaram Betelgeuse com imagens do observat\u00f3rio ALMA, e descobriram que metade da estrela parece se aproximar da Terra, enquanto a outra metade parece se afastar. A interpreta\u00e7\u00e3o que parece mais \u00f3bvia \u00e9 que o objeto est\u00e1 girando rapidamente.<\/p>\n
Se essa interpreta\u00e7\u00e3o estiver correta, significa que a estrela est\u00e1 girando a 5 km\/s, muito mais r\u00e1pido do que o esperado para seu tamanho. O problema \u00e9 que as melhores imagens que se pode obter n\u00e3o permitem distinguir a superf\u00edcie da supergigante,\u00a0e menos ainda confirmar essas medi\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
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Agora, um novo estudo inseriu os dados coletados em uma simula\u00e7\u00e3o computacional de estrelas semelhante para testar outras hip\u00f3teses que n\u00e3o incluam uma velocidade de rota\u00e7\u00e3o fora do normal. O palpite da equipe \u00e9 que a Betelgeuse n\u00e3o \u00e9 exatamente uma esfera perfeita, mas um aglomerado de bolhas em ebuli\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Essas bolhas seriam alimentadas por convec\u00e7\u00e3o, ou seja, enquanto o plasma quente do interior da estrela sobre, o material resfriado na superf\u00edcie afunda. A velocidade desses movimentos seriam de at\u00e9 30 km\/s, com algumas bolhas quase do tamanho da \u00f3rbita da Terra ao redor do Sol.<\/p>\n
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Quando uma bolha quente sobe at\u00e9 a superf\u00edcie da estrela, as imagens do telesc\u00f3pio d\u00e3o a impress\u00e3o de que o material est\u00e1 se aproximando da Terra, enquanto as bolhas que afundam parecem se afastar. Essa \u00e9 a din\u00e2mica que teria confundido os autores do estudo anterior, que concluiu que a estrela estava apenas rotacionando em alta velocidade.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, ao desenvolver um novo software para simular imagens do ALMA e compar\u00e1-las com simula\u00e7\u00f5es de estrelas supergigantes vermelhas n\u00e3o rotativas, a equipe descobriu que a ebuli\u00e7\u00e3o cria padr\u00f5es semelhantes \u00e0 r\u00e1pida rota\u00e7\u00e3o. Em cerca de 90% das simula\u00e7\u00f5es, o fen\u00f4meno da convec\u00e7\u00e3o de bolhas gigantes criou imagens facilmente confund\u00edveis com rota\u00e7\u00e3o extrema.<\/p>\n
Por outro lado, caso a hip\u00f3tese da convec\u00e7\u00e3o esteja errada, ainda h\u00e1 boas explica\u00e7\u00f5es para uma rota\u00e7\u00e3o de alta velocidade. Uma delas \u00e9 a poss\u00edvel canibaliza\u00e7\u00e3o \u2014 no passado, Betelgeuse poderia ter devorado uma estrela companheira, processo que geralmente aumenta a velocidade do objeto devido \u00e0 lei de conserva\u00e7\u00e3o de momento.<\/p>\n
O pr\u00f3ximo passo dos autores do estudo ser\u00e1 usar novas observa\u00e7\u00f5es da Betelgeuse para entender melhor sua velocidade de rota\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de investigar como os movimentos de convec\u00e7\u00e3o podem efetivamente afetar as medi\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
A pesquisa foi publicada no Astrophysical Journal Letters<\/em>.<\/p>\n
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