{"id":121124,"date":"2024-11-07T07:31:25","date_gmt":"2024-11-07T10:31:25","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/121124"},"modified":"2024-11-07T07:31:25","modified_gmt":"2024-11-07T10:31:25","slug":"mais-do-mesmo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/121124","title":{"rendered":"Mais do mesmo\u2026"},"content":{"rendered":"
Estou a escrever na ter\u00e7a-feira, 5 de novembro, dia de elei\u00e7\u00f5es nos Estados Unidos da Am\u00e9rica<\/u><\/strong>, pleito em que concorrem a Democrata<\/u><\/strong>, Kamala Harris<\/u><\/strong> contra o \u201claranj\u00e3o\u201d louro e Republicano<\/u><\/strong>, Donald Trump<\/u><\/strong>.<\/p>\n Neste momento, o mundo todo especula em torno das pesquisas eleitorais americanas, um reflexo tamb\u00e9m do que se sabe em termos de apostas, porque alguns humanos adoram colocar seus \u201cp\u00e9s-de-meia\u201d, justo no jogo tolo que lhes oportuniza um ganho l\u00fadico sem qualquer suor, por m\u00ednimo esfor\u00e7o!<\/p>\n Agora, por exemplo, o Brasil<\/u><\/strong> resolveu tornar legal a jogatina desenfreada com a Bet<\/u><\/strong>, ou Bets<\/u><\/strong>, que o propagandeio televisivo alardeia mais que ben\u00e9fica, por ser consentida pelo Estado.<\/p>\n Neste propagandeio massivo tais Bet<\/u><\/strong> ou Bets<\/u><\/strong> chegaram bem advindas, e n\u00e3o s\u00e3o t\u00e3o \u201cbenvindas\u201d, porque ir\u00e3o promover a infelicidade dos tolos a golpes de sorte.<\/p>\n Este, por\u00e9m, n\u00e3o \u00e9 nosso assunto, afinal joga quem quer, quem n\u00e3o \u00e9 previdente sobretudo, torcer faz parte do jogo, e ter preju\u00edzo tamb\u00e9m.<\/p>\n E que n\u00e3o se fale de usura, nem queiramos que Deus puna aqueles que exploram os incautos.<\/p>\n Destes, os imprudentes, n\u00e3o h\u00e1 Santos Protetores<\/u><\/strong>, e assim \u00e9 vasto o marketing que estimula a jogatina, agora sobremodo exaltada, sem lamban\u00e7as de Jogo do Bicho<\/u><\/strong>, nem outros cantos e mal encantos de Kid Morengueira<\/u><\/strong>, o xistoso Moreira da Silva<\/u><\/strong>, s\u00f3 por sonho, ter um dia acertado no milhar, justo cantando \u00e0 sua, dele, Clementina, de n\u00e3o ter mais de cair no batente, cedo acordar, e trabalhar.<\/p>\n Em outras imprud\u00eancias, e a\u00ed \u00e9 que me interessa por assunto, o Brasil cr\u00ea que nosso futuro ser\u00e1 decidido l\u00e1 longe, na distante Am\u00e9rica do Norte<\/u><\/strong>.<\/p>\n Muita gente est\u00e1 achando que a disputa Trump x Kamala<\/u><\/strong> ir\u00e1 botar ordem no nosso cassino, onde os crupi\u00eas s\u00f3 obedecem, de longa data ao velho Tio Sam<\/u><\/strong>, algo t\u00e3o antanho como o velho mote da Doutrina Monroe<\/u><\/strong>, de \u201camplas am\u00e9ricas para os americanos\u201d<\/strong>, concebida para se opor \u00e0 recoloniza\u00e7\u00e3o das republiquetas amer\u00edndias, pelas pot\u00eancias europeias, e que em verdade virou uma tutela para si, deles americanos, tema mais que rejeitado pelos nacionalistas, muitos \u00edndios tamb\u00e9m, ou indiagens, num imenso cafofo de p\u00e9s-sujos de todos os naipes.<\/p>\n Nos tempos de \u201cDitadura Vargas\u201d<\/u><\/strong>, por exemplo, a foto risonha de Get\u00falio Vargas<\/u><\/strong> junto de Franklin Roosevelt<\/u><\/strong>, Presidente americano, apertados num jipe, bem ilustra o contentamento de ambos se perpetuando no poder, l\u00e1 e c\u00e1 aliados, guerreando contra as Pot\u00eancias do Eixo Alemanha-It\u00e1lia-Jap\u00e3o. <\/u><\/strong><\/p>\n Nos idos Juscelino Kubitscheck<\/u><\/strong>, o Presidente Bossa-Nova<\/u><\/strong> e Peixe-Vivo<\/u><\/strong>, seu hom\u00f3logo americano, o General-Comandante<\/u><\/strong>, Ike Eisenhower<\/u><\/strong>, foi recebido em carro aberto com forte aplauso na Avenida Central do Rio de Janeiro,<\/u><\/strong>mas os estudantes quiseram melar esta visita do presidente americano estendendo um grande cartaz firmando o seu amor por Fidel Castro<\/u><\/strong>, o ditador que se perpetuaria em Cuba.<\/u><\/strong><\/p>\n Nesse tempo os americanos eram os vil\u00f5es do nosso desenvolvimento, e eu cresci ouvindo os apupos dos meus colegas contra os Yankees.<\/u><\/strong><\/p>\n Com o Presidente J\u00e2nio Quadros,<\/u><\/strong> s\u00f3 houve tempo para uma m\u00e1 pose em fotografia com Che Guevara<\/u><\/strong>, condecorado como antiamericano, mas nosso grande amigo.<\/p>\n Era o Brasil<\/u><\/strong> se distanciando da Am\u00e9rica, continuando depois com Jango Goulart<\/u><\/strong> que logo foi derrubado num movimento pol\u00edtico-militar, sendo acusado at\u00e9 hoje de cair por artimanha da armada americana, que do Caribe distante nos amea\u00e7ava o P\u00e3o de A\u00e7\u00facar e o Morro Corcovado, ficando o Cristo Redentor, at\u00e9 hoje com os bra\u00e7os abertos rendido<\/u><\/strong>, uma coisa nunca vista, nem comprovada, nem por pior filmada e fotografada, mas que restou assim s\u00f3 para dizer que os americanos aqui interferem at\u00e9 por sonho, ou mero sopro em pesadelo.<\/p>\n Ou seja, para estes \u201cestoriadores\u201d, n\u00e3o houve movimento militar vitorioso a partir de Minas Gerais e o General Mour\u00e3o Filho, enquanto \u201cvaca fardada\u201d, nada fez, al\u00e9m de morder seu cachimbo em simples bravata.<\/p>\n No suceder da Hist\u00f3ria e chegando aos anos pl\u00fambeos do regime militar, quatro Generais-Presidente<\/u><\/strong> se sucederam: Castelo Branco<\/u><\/strong>, Costa e Silva<\/u><\/strong>, Garrastazu Medici<\/u><\/strong>, Ernesto Geisel<\/u><\/strong> e Jo\u00e3o Batista Figueiredo<\/u><\/strong>, nenhum deles ousando se perpetuar no poder, todos rezando boas amizades com os americanos.<\/p>\n A parte tudo isso, subiu nos Estados Unidos<\/u><\/strong> o Presidente Jimmy Carter<\/u><\/strong>, um \u201camendoimcultor\u201d, menosprezado assim, por Democrata<\/u><\/strong>, que resolveu sair pelo mundo fustigando os aliados dos Estados Unidos da Am\u00e9rica<\/u><\/strong>, em nome de uma decantada pol\u00edtica de \u201cDireitos Humanos\u201d<\/u><\/strong>, que nem ele sabia quanto era ing\u00eanua.<\/p>\n Os americanos estavam fragilizados com a Guerra do Vietnam<\/u><\/strong>, que se prolongou sem sucesso, com os esc\u00e2ndalos Watergate<\/u><\/strong> que derrubaram Richard Nixon<\/u><\/strong>, justo um Presidente que havia tido muito sucesso com a pol\u00edtica de D\u00e9tente<\/u><\/strong>, enterrando a Guerra Fria<\/u><\/strong> com os acordos de limita\u00e7\u00e3o das Armas Nucleares<\/u><\/strong>, e promovendo as boas rela\u00e7\u00f5es da Am\u00e9rica<\/u><\/strong> com a China<\/u><\/strong> e a R\u00fassia<\/u><\/strong>, sob inspira\u00e7\u00e3o de Henry Kissinger<\/u><\/strong>, uma perspectiva de pacifica\u00e7\u00e3o du mundo, hoje amea\u00e7ado com a Guerra da Ucr\u00e2nia,<\/u><\/strong> cujos reflexos est\u00e3o ainda imprecisos.<\/p>\n O tempo, como falei, n\u00e3o era mais de Nixon<\/u><\/strong> e Kissinger<\/u><\/strong>. Jimmy Carter <\/u><\/strong>chegava com sua pol\u00edtica \u201cDireitos Humanos\u201d<\/u><\/strong>, e as nossas esquerdas entraram em grande euforia aguardando a visita de sua esposa, Dona Rosalyn Carter<\/u><\/strong>, que iria \u201cpuxar as orelhas\u201d<\/u><\/strong> do nosso Presidente mais germ\u00e2nico; Ernesto Geisel<\/u><\/strong>.<\/p>\n E o que se viu foi que o austero e sisudo General<\/u><\/strong>, foi-lhe cordial, porque \u00e0s damas devemos todos s\u00ea-lo, mas respond\u00ea-las com altivez e dignidade, como ele o fez \u00e0 sua argui\u00e7\u00e3o, via caderno de apontamentos, desapontando tantos quantos o queriam num caga\u00e7o humilhado, e como se diz na g\u00edria \u201cjungido e mal pago\u201d.<\/u><\/em><\/strong><\/p>\n N\u00e3o foi o caso, e aqui vale lembrar um texto meu de 29 de abril de 2012, titulado como \u201cO Complexo e o Desconexo\u201d<\/strong>, que me apareceu no Google<\/strong> s\u00f3 por pesquisa de uma fotografia.<\/p>\n Vai um extrato do texto:<\/p>\n Houve <\/em>inclusive<\/em> uma \u201cargui\u00e7\u00e3o\u201d pr\u00e9via da\u00a0<\/em>Senhora Rosalyn Carter<\/em><\/strong>, descrita por\u00a0<\/em>Geisel<\/em><\/strong>\u00a0<\/em><\/strong>em suas mem\u00f3rias que bem valem as aspas: \u201cCom<\/strong><\/em> a dona Rosalyn era mais dif\u00edcil, porque ela trazia um caderninho com as suas anota\u00e7\u00f5es. Ela tinha um professor que veio junto, o sr. Pastor, que a instru\u00eda. Ela se sentava, abria o caderno e apresentava sucessivamente os itens da nossa conversa. Eram itens sobre direitos humanos, energia nuclear\u2026 Ela se envolvia em tudo. Uma vez eu disse a ela:<\/em><\/strong>\u00a0<\/em><\/strong>\u201cA senhora est\u00e1 abordando um problema baseado apenas em suposi\u00e7\u00f5es\u201d<\/u><\/em><\/strong> \u2013 referia-me a energia nuclear \u2013<\/em><\/strong>\u00a0<\/em><\/strong>\u201ce, enquanto isso, os Estados Unidos continuam fazendo experi\u00eancias nucleares\u201d.<\/u><\/em><\/strong>\u00a0<\/em><\/strong>Ela:<\/em><\/strong>\u00a0<\/em><\/strong>\u201cAh, n\u00e3o! O Jimmy n\u00e3o faz isso!\u201d<\/u><\/strong><\/em>\u00a0<\/em><\/strong>A\u00ed eu respondi:<\/em><\/strong>\u00a0<\/em><\/strong>\u201cperdoe, mas faz. Est\u00e1 aqui o jornal de ontem deu a not\u00edcia de uma experi\u00eancia no deserto de Nevada\u201d<\/u><\/em><\/strong>. E ela:<\/em><\/strong>\u00a0<\/em><\/strong>\u201cN\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 verdade\u201d.<\/u><\/strong><\/em>\u00a0<\/em><\/strong>Depois ela me telefonou dizendo que tinha verificado e que a experi\u00eancia nuclear tinha sido feita realmente, mas no mar. Eu disse:<\/em><\/strong>\u00a0<\/em><\/strong>\u201cMas minha senhora, \u00e9 experi\u00eancia nuclear do mesmo jeito! Est\u00e3o estourando bombas nucleares! Para qu\u00ea? Para bombardear o mundo?\u201d<\/u><\/em><\/strong> \u00a0<\/em><\/p>\n \u00a0<\/em><\/p>\n Ainda por relatos de Geisel, vale repetir:\u00a0\u201cUma ocasi\u00e3o o Carter, ela e o secret\u00e1rio de Estado que os acompanhavam fizeram uma chantagem comigo. Eles diziam que poderiam fazer isso e aquilo pelo Brasil, mas que j\u00e1 estavam em negocia\u00e7\u00f5es se encaminhando para fazer tais favores \u00e0 Argentina. Respondi:<\/strong>\u00a0<\/strong>\u201cMuito bem, os senhores fa\u00e7am os favores para a Argentina. O Brasil n\u00e3o tem nada com isso. N\u00e3o temos incompatibilidades ou rivalidades com a Argentina. Se os senhores quiserem fazer, n\u00e3o h\u00e1 qualquer obje\u00e7\u00e3o\u201d<\/u><\/strong>. Que mediocridade! Pensavam que eu fosse me impressionar e ceder \u00e0s suas press\u00f5es. Eles n\u00e3o queriam que eu cumprisse o Acordo Nuclear com a Alemanha\u201d.<\/strong><\/em><\/p>\n Quem se lembra daquela visita, sabe que a imprensa muito especulou almejando um cascudo Ianque<\/strong> no General Presidente<\/strong>, destacando sobremodo uma \u201ccarona\u201d dada por\u00a0Jimmy Carter<\/strong>\u00a0ao ent\u00e3o\u00a0Cardeal Arcebispo de S\u00e3o Paulo, Dom Arns<\/strong>, enquanto entrevista sem grava\u00e7\u00f5es e a gerar vivas especula\u00e7\u00f5es, nunca resultando em nada.<\/em><\/p>\n Restou igual e sem mudan\u00e7a a\u00a0\u201cabertura lenta, gradual e segura\u201d,<\/u><\/strong>\u00a0assim definida pelo\u00a0General Geisel<\/strong>, desde a sua promessa de posse.<\/em><\/p>\n No entanto, no seu retorno da visita,\u00a0Carter<\/strong>\u00a0teve que ouvir a contragosto o entendimento dos\u00a0\u201cDireitos Humanos\u201d, <\/strong>concebido pelo\u00a0Presidente Geisel<\/strong>\u00a0e seu governo.<\/em><\/p>\n Como a Hist\u00f3ria \u00e9 inexor\u00e1vel com os fortes e os fracos, a pol\u00edtica de\u00a0\u201cDireitos Humanos\u201d de Carter<\/strong>\u00a0foi um fracasso mundo a fora, s\u00f3 semeando inimizades com os governos que sucederam \u00e0queles, tidos e havidos como pouco democr\u00e1ticos.<\/em><\/p>\n E o fiasco foi tamanho que no Ir\u00e3<\/u><\/strong>, aconteceu a derrubada do X\u00e1 Reza Pahlevi<\/u><\/strong>, houve a traum\u00e1tica invas\u00e3o \u00e0 Embaixada Americana,<\/u><\/strong> oportunidade para se filmar um resgate dos funcion\u00e1rios mantidos como ref\u00e9ns, num filme cujo nome n\u00e3o lembro, e por sequ\u00eancia, em tantos vais e n\u00e3o vens, o Teer\u00e3<\/u><\/strong> continua uma presa dos aiatol\u00e1s, e um perigo para o mundo.<\/p>\n Hoje a hist\u00f3ria \u00e9 a mesma. Se as esquerdas est\u00e3o felizes com o Lula<\/u><\/strong> na Presid\u00eancia da Rep\u00fablica, a Direita est\u00e1 torcendo pela vit\u00f3ria do laranj\u00e3o, Donald Trump<\/u><\/strong>, querendo que este coloque r\u00e9deas no Supremo Tribunal, se poss\u00edvel dando novo brilho \u00e0s luzidias carecas que ali tanto incomodam.<\/p>\n Ou seja, o Brasil \u00e9 o mesmo. N\u00e3o resolve os seus problemas e quer que os ianques intervenham.<\/p>\n Termino dizendo que o Laranj\u00e3o, Donald Trump<\/u><\/strong> se sagrou vitorioso e as esquerdas j\u00e1 est\u00e3o se lamuriando, dizendo que o mundo vai se acabar.<\/p>\n Que bom que elas est\u00e3o chorando!<\/p>\n \u0116 pranto errado, mas muito bem-merecido! N\u00e3o nos chamam de \u201cescrotos\u201d<\/u><\/strong>?<\/p>\n Quanto a mim, e na minha imerecida \u201cescrotid\u00e3o\u201d,<\/strong> ressonei feliz na ter\u00e7a-feira, 5 de novembro, de maneira dupla: primeiro com o meu Botafogo<\/u><\/strong> vencendo o Vasco da Gama<\/u><\/strong> por