Depois de passar por um per\u00edodo dif\u00edcil, os produtores de soja est\u00e3o um pouco mais otimistas com as proje\u00e7\u00f5es para 2024. Apesar de n\u00e3o serem t\u00e3o animadoras, pelo menos a melhoria dos pre\u00e7os pode ser um al\u00edvio para o setor. Com a previs\u00e3o de fim do <\/strong>El Ni\u00f1o e<\/em>m abril \u2014 que em 2023 provocou fortes chuvas e temperaturas extremas em todo o pa\u00eds \u2014, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)\u00a0a expectativa tamb\u00e9m \u00e9 positiva.<\/p>\n
No entanto, alguns desafios ainda devem ser enfrentados pelos produtores de gr\u00e3os, conforme explica o presidente da Aprosoja do Mato Grosso, Lucas Costa.<\/p>\n
\u201cN\u00f3s temos que lembrar que mesmo o Mato Grosso que tem as sojas mais tardias, e que est\u00e3o recebendo melhores chuvas, por outro lado essa soja foi semeada fora do fotoper\u00edodo adequado e isso j\u00e1 interfere na produtividade. E estamos tendo uma grande press\u00e3o de pragas como percevejo e a mosca branca ,que \u00e9 o que mais preocupa:\u00a0al\u00e9m de ter um alto custo para controlar, j\u00e1 h\u00e1 not\u00edcia no mercado que est\u00e1 faltando defensivo para o controle e a press\u00e3o muito alta, causando preju\u00edzos\u201d, ressalta.\u00a0<\/p>\n
Apesar do fen\u00f4meno El Ni\u00f1o <\/em>estar perdendo for\u00e7a no pa\u00eds, outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 o La Ni\u00f1a,<\/em> que deve fazer com que a regi\u00e3o Sul sofra com a seca, al\u00e9m de causar chuvas no Nordeste, Norte e Centro-Oeste. \u00a0<\/p>\n
Para o engenheiro agr\u00f4nomo Charles Dayler, a situa\u00e7\u00e3o deve melhorar no segundo semestre deste ano, mas os efeitos ainda devem ser sentidos por mais tempo.\u00a0<\/p>\n
\u201cPode ter problema de replantio, que vai atrapalhar o cronograma \u2014 e isso vai afetar diretamente o pre\u00e7o. Pode ter perdas de insumos, as possibilidades s\u00e3o grandes. E para esse ano, o resultado infelizmente \u00e9 negativo, porque as commodities <\/em>agr\u00edcolas pesam bastante na balan\u00e7a comercial brasileira. Ent\u00e3o vai haver sim um impacto negativo pensando na safra deste ano. No ano que vem a tend\u00eancia \u00e9 que a gente tenha uma recupera\u00e7\u00e3o, mas vai ser um ano ainda com algum desafio\u201d, avalia.\u00a0<\/p>\n
Gelson Giombelli, produtor de milho, soja e trigo em Descanso, em Santa Catarina, diz que 2024 tamb\u00e9m n\u00e3o come\u00e7ou muito bem, mas tem esperan\u00e7a que as coisas melhorem. O milho colhido em janeiro foi abaixo do esperado.\u00a0<\/p>\n
\u201cFoi em torno de 80, 100, nessa base. Pelos investimentos que a gente faz teria que colher entre 200 e 220 sacas por hectare. E a expectativa boa \u00e9 para a soja, que est\u00e1 muito bonita, agora que come\u00e7ou a chover bem. Vamos ver\u00a0se se concretizar \u00e9 a soja que vai nos salvar\u201d, avalia.\u00a0<\/p>\n
Ele conta que no in\u00edcio do ano passado chegou a vender a saca de soja por R$ 180\u00a0 \u2014\u00a0e agora est\u00e1 custando pouco mais de R$ 100. O milho, a mesma coisa, era R$ 100 e agora est\u00e1 R$ 54.\u00a0<\/p>\n
O relato de muitos produtores \u00e9 que, ainda hoje, a conta n\u00e3o fecha. Quem colheu mais consegue cobrir os custos de produ\u00e7\u00e3o ou nem mesmo isso, para os que n\u00e3o tiveram uma boa colheita, como diz \u00a0Ivan Brucceli, produtor de milho e soja de Rio Verde, no estado de\u00a0Goi\u00e1s.<\/p>\n
\u201cOs custos precisam realmente reduzir. Tem v\u00e1rios produtos que est\u00e3o caros, as sementes est\u00e3o muito caras, inviabilizando o plantio do produtor. Hoje praticamente o que ele vai gastar \u00e9 o que ele vai colher. Ent\u00e3o n\u00e3o adianta ele se apavorar e fazer o plantio do jeito que est\u00e1 porque j\u00e1 entra o plantio sem perspectiva de renda\u201d, comenta.\u00a0<\/p>\n
Em janeiro deste ano, as exporta\u00e7\u00f5es do agroneg\u00f3cio cresceram 14,8%, chegando a US$ 11,72 bilh\u00f5es. Houve expans\u00e3o do volume embarcado de gr\u00e3os, passando de 9,5 milh\u00f5es de toneladas no mesmo m\u00eas de 2023 para 11,38 milh\u00f5es de toneladas em janeiro de 2024 \u2014 um aumento de 19,7% \u2014, sendo o complexo soja respons\u00e1vel por 21,4% do valor total exportado.\u00a0<\/p>\n
A soja atingiu o recorde de US$ 2,5 bilh\u00f5es. Foram 2,85 milh\u00f5es de toneladas exportadas em janeiro de 2024, volume 240,0% superior quando comparado com 2023. A maior importadora de soja em gr\u00e3os do Brasil \u00e9 a China \u2014\u00a069% do valor exportado.<\/p>\n
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Depois de passar por um per\u00edodo dif\u00edcil, os produtores de soja est\u00e3o um pouco mais otimistas com as proje\u00e7\u00f5es para 2024. Apesar de n\u00e3o serem t\u00e3o animadoras, pelo menos a melhoria dos pre\u00e7os pode ser um al\u00edvio para o setor. Com a previs\u00e3o de fim do El Ni\u00f1o em abril… Continue lendo