{"id":1950,"date":"2024-02-28T01:58:12","date_gmt":"2024-02-28T04:58:12","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/1950"},"modified":"2024-02-28T01:58:12","modified_gmt":"2024-02-28T04:58:12","slug":"critica-f1-drive-to-survive-entre-o-drama-e-a-hegemonia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/1950","title":{"rendered":"Cr\u00edtica F1: Drive to Survive | Entre o drama e a hegemonia"},"content":{"rendered":"
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O campeonato de 2024 da F\u00f3rmula 1 teve um indiscut\u00edvel e (quase) completo da Red Bull, com o tricampe\u00e3o Max Verstappen vencendo 19 das 22 corridas do ano. S\u00e3o estat\u00edsticas que fazem pensar, ent\u00e3o, em um per\u00edodo sem grandes movimenta\u00e7\u00f5es, algo que n\u00e3o cairia muito bem aos olhos da Netflix. Na sexta temporada de F1: Drive to Survive<\/strong>, ela fez o poss\u00edvel, mas as conclus\u00f5es podem n\u00e3o ser satisfat\u00f3rias.<\/p>\n Em seu lan\u00e7amento mais recente, a s\u00e9rie continua mantendo sua tradi\u00e7\u00e3o de focar nos bastidores da competi\u00e7\u00e3o, passando longe de ser um resumo das corridas ou dos resultados. Permanece, tamb\u00e9m, o foco em dramas do paddock, rivalidades e quest\u00f5es nem sempre existentes, al\u00e9m de momentos inexplicavelmente deixados de fora, j\u00e1 que contribuiriam at\u00e9 mesmo para algumas narrativas criadas ao longo dos 10 epis\u00f3dios.<\/p>\n \u00a0<\/p>\n Voltam, \u00e9 claro, alguns favoritos desde os primeiros anos de Dirigir Para Viver<\/strong>, como \u00e9 chamada no Brasil. Daniel Ricciardo, que chegou a receber at\u00e9 despedida na quinta temporada, retorna na escuderia AlphaTauri, enquanto o sempre presente G\u00fcnther Steiner continua com suas sacadas e protagonismo. Como seus epis\u00f3dios deixam, claro, por\u00e9m, sorrisos n\u00e3o s\u00e3o suficientes no mercado agressivo da F\u00f3rmula 1.<\/p>\n – Para um ano de imposi\u00e7\u00e3o de novos limites de gastos para as equipes de F\u00f3rmula 1 e a busca por quebrar uma hegemonia, a sexta temporada de Dirigir Para Viver<\/strong> come\u00e7a com clima descontra\u00eddo. O ensejo de pilotos e chefes de equipe ainda em f\u00e9rias serve para que a Netflix apresente algumas estreias desta temporada, focadas principalmente em ampliar a presen\u00e7a feminina.<\/p>\n Enquanto vemos o drama de Lance Stroll, que quebrou as duas m\u00e3os e o dedo do p\u00e9 semanas antes da primeira corrida do ano, somos apresentados \u00e0 question\u00e1vel presen\u00e7a de Danica Patrick, ex-pilota da NASCAR e da IndyCar que passa a integrar o time de comentaristas. Tamb\u00e9m somos reapresentados a Claire Williams, ex-dona da equipe que leva o sobrenome de sua fam\u00edlia e uma \u00f3tima adi\u00e7\u00e3o ao time de Drive to Survive<\/strong>.<\/p>\n Ainda que o chefe da equipe Red Bull, Christian Horner, seja um dos mais presentes durante a temporada, ela continua a focar mais nas outras equipes do que na campe\u00e3. Max Verstappen, que conquistou seu terceiro t\u00edtulo seguido em 2023, nem mesmo \u00e9 entrevistado diretamente, aparecendo somente em imagens de corridas e bastidores.<\/p>\n O mesmo, entretanto, tamb\u00e9m vale para seu parceiro, Sergio P\u00e9rez. Em uma produ\u00e7\u00e3o t\u00e3o focada no drama, a aus\u00eancia dele chega a ser inexplic\u00e1vel, principalmente quando o aspecto \u201cmoedor de carne\u201d da Red Bull foi t\u00e3o abordado. Sua jornada de \u201crei\u201d dos circuitos de rua, com duas vit\u00f3rias, para assunto de rumores sobre substitui\u00e7\u00e3o nem mesmo \u00e9 mencionada, assim como a disputa eletrizante com Fernando Alonso (Aston Martin) ao final do GP do Brasil \u2014 a prova de S\u00e3o Paulo (SP), ali\u00e1s, volta a ser ignorada, como j\u00e1 \u00e9 de praxe.<\/p>\n Enquanto isso, dois epis\u00f3dios inteiros s\u00e3o dedicados \u00e0 escuderia Alpine para contar uma hist\u00f3ria que caberia facilmente em um, se a Netflix n\u00e3o tivesse tentado reviver uma rixa antiga que nem mesmo a edi\u00e7\u00e3o tendenciosa \u00e9 capaz de convencer que ainda existe. O mesmo tamb\u00e9m vale para um suposto inc\u00f4modo de Lando Norris com o novato Oscar Piastri, ambos da McLaren; a s\u00e9rie n\u00e3o s\u00f3 falha em criar uma rivalidade aqui como tamb\u00e9m ignora a vit\u00f3ria do jovem em uma corrida sprint, enquanto o veterano segue sem vencer.<\/p>\n Longe das aus\u00eancias e das \u201ccria\u00e7\u00f5es\u201d da equipe da Netflix, a sexta temporada de Drive to Survive<\/strong>\u00a0agrega valor a quem assistiu \u00e0 competi\u00e7\u00e3o real. Nesse ano, isso se d\u00e1 principalmente pelo acesso mais pr\u00f3ximo do servi\u00e7o de streaming aos bastidores, que serve inclusive para confirmar alguns rumores ou aprofundar elementos apenas tocados pela cobertura jornal\u00edstica.<\/p>\n A queda de Nyck de Vries, neerland\u00eas demitido pela AlphaTauri pela performance irregular no meio da temporada, \u00e9 um exemplo, com o espectador vendo que Horner possui ger\u00eancia sobre toda a estrutura da Red Bull, e n\u00e3o apenas a equipe principal. Fica confirmado, tamb\u00e9m, aquilo que todo mundo j\u00e1 sabia \u2014 a volta de Ricciardo, desde o in\u00edcio, servia mais como uma oportunidade de marketing para a equipe do que um caminho real de volta a um carro de F\u00f3rmula 1.<\/p>\n Fica not\u00e1vel, ainda, que a rela\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima entre a Netflix e a Liberty, dona da F\u00f3rmula 1, interfere no produto. Estamos falando de uma s\u00e9rie voltada \u00e0 divulga\u00e7\u00e3o da categoria, acima de tudo, o que explica, mas n\u00e3o justifica, que as pol\u00eamicas do Grande Pr\u00eamio de Las Vegas, causador de caos na Cidade do Pecado, e as condi\u00e7\u00f5es insalubres do GP do Qatar, com pilotos chegando a perder os sentidos ao volante, tenham sido deixadas de lado.<\/p>\n Em outros momentos, chega a ser engra\u00e7ado como o acesso \u00e0s \u201cinternas\u201d da categoria confirma rumores da temporada, como o interesse da Red Bull por Norris, mas deixa escapar outros movimentos. O epis\u00f3dio focado em Lewis Hamilton e as dificuldades com o carro da Mercedes, apesar de bonito, inspirador e digno dos envolvidos nessa hist\u00f3ria, envelheceu t\u00e3o bem quanto camar\u00e3o fora da geladeira.<\/p>\n Al\u00e9m disso, claro, temos aquilo que sempre se espera de uma temporada de F1: Dirigir Para Viver<\/strong>. A rela\u00e7\u00e3o do novato Liam Lawson com a fam\u00edlia e a oportunidade de se provar na categoria, mesmo que rapidamente, proporciona alguns dos momentos mais legais do sexto ano, enquanto o novo dirigente da equipe Ferrari, Fr\u00e9d\u00e9ric Vasseur, surge como uma presen\u00e7a inusitada em uma escuderia normalmente sisuda, que carrega nas costas o peso de uma tradi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Ao final dos 10 cap\u00edtulos j\u00e1 dispon\u00edveis na Netflix, a sensa\u00e7\u00e3o principal \u00e9 que nem tudo o que era esperado foi entregue. Enquanto temos os problemas de sempre, com os dramas exagerados e as aus\u00eancias surreais, sentimos tamb\u00e9m que nem todos os enredos s\u00e3o levados at\u00e9 o final, com conclus\u00f5es insatisfat\u00f3rias para muitas das quest\u00f5es efetivamente mostradas na s\u00e9rie.<\/p>\n \u00a0<\/p>\n N\u00e3o \u00e9 a pior temporada de Drive to Survive<\/strong>, como se poderia esperar de um ano relativamente brando em disputas, mas tamb\u00e9m n\u00e3o temos muitos dos eventos que efetivamente movimentaram a comunidade ao longo de 2023. Com uma s\u00e9rie de mudan\u00e7as dr\u00e1sticas no esporte previstas para 2026, h\u00e1 quem diga que a F\u00f3rmula 1 passa agora por um per\u00edodo \u201cintermedi\u00e1rio\u201d, algo que tamb\u00e9m pode ser dito sobre o mais recente lan\u00e7amento do streaming.<\/p>\n O sexto ano de F1: Dirigir Para Viver<\/strong> estreou em 23 de fevereiro. Os 10 epis\u00f3dios, assim como todas as temporadas seguintes, est\u00e3o dispon\u00edveis exclusivamente na Netflix.<\/p>\n Leia a mat\u00e9ria no Canaltech.<\/p>\n Trending no Canaltech:<\/p>\n<\/p>\n O campeonato de 2024 da F\u00f3rmula 1 teve um indiscut\u00edvel e (quase) completo da Red Bull, com o tricampe\u00e3o Max Verstappen vencendo 19 das 22 corridas do ano. S\u00e3o estat\u00edsticas que fazem pensar, ent\u00e3o, em um per\u00edodo sem grandes movimenta\u00e7\u00f5es, algo que n\u00e3o cairia muito bem aos olhos da Netflix…. Continue lendo \n
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–<\/p>\nOs melhores do resto (ou nem tanto)<\/h2>\n
Olhar privilegiado<\/h2>\n
Vale a pena ver a sexta temporada de F1: Dirigir Para Viver?<\/h2>\n
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