{"id":1952,"date":"2024-02-28T01:58:15","date_gmt":"2024-02-28T04:58:15","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/1952"},"modified":"2024-02-28T01:58:15","modified_gmt":"2024-02-28T04:58:15","slug":"5-filmes-sobre-a-questao-manicomial-no-brasil","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/1952","title":{"rendered":"5 filmes sobre a quest\u00e3o manicomial no Brasil"},"content":{"rendered":"
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Por muitos anos, a realidade dos manic\u00f4mios no Brasil chocou pela brutalidade e viol\u00eancia com que os internos eram tratados. Negligenciados, eles eram v\u00edtimas de viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica e ficavam presos sem ter quase nenhum contato com a sociedade. Diante de tanto absurdo, surgiu a necessidade de repensar o assunto e em 2001, por meio da Lei 10.216, essa situa\u00e7\u00e3o come\u00e7ou a mudar.<\/p>\n
Iniciou-se um movimento gradual de fechamento de hosp\u00edcios no pa\u00eds, e a forma como os internos eram cuidados tamb\u00e9m mudou. Ao inv\u00e9s de ficarem presos, atados em camisas de for\u00e7a e recebendo choques el\u00e9tricos, eles come\u00e7aram a ter assist\u00eancia psicol\u00f3gica e m\u00e9dica, visando a reintegra\u00e7\u00e3o \u00e0 sociedade.<\/p>\n
A reforma tamb\u00e9m definiu a cria\u00e7\u00e3o dos CAPs (Centros de Aten\u00e7\u00e3o Psicossocial) e argumentou que os pacientes s\u00f3 seriam internados se o tratamento fora do hospital se mostrasse ineficaz. Mas, apesar dessa lei ter sido criada h\u00e1 tanto tempo,\u00a0ainda\u00a0h\u00e1 manic\u00f4mios sendo fechados em pleno 2024. O Hospital Psiqui\u00e1trico Santa M\u00f4nica, que fica em Petr\u00f3polis (RJ), por exemplo, encerrou suas atividades no dia 8 de fevereiro.<\/p>\n
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Isso prova como a quest\u00e3o manicomial no Brasil ainda precisa ser levada com mais seriedade. Felizmente, existem v\u00e1rios filmes e document\u00e1rios que tratam sobre o tema. Conhe\u00e7a alguns deles.<\/p>\n
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Um dos document\u00e1rios brasileiros sobre sa\u00fade mental mais importantes dos \u00faltimos tempos, Holocausto Brasileiro<\/strong> mostra a realidade do que acontecia no Hospital Col\u00f4nia em Barbacena (MG) nas d\u00e9cadas de 1900 at\u00e9 1980.\u00a0<\/p>\n O local foi um dos hosp\u00edcios mais famosos do Brasil e recebeu\u00a0milhares de internos ao longo dos anos. Entre eles, estavam os que realmente sofriam de alguma doen\u00e7a mental, mas tamb\u00e9m pessoas LGBTI+, mulheres que n\u00e3o se casaram virgem, as que foram abandonadas pelos maridos, entre outras. L\u00e1, al\u00e9m de ficarem totalmente isolados da sociedade, os pacientes ainda viviam em condi\u00e7\u00f5es sub humanas, sendo v\u00edtimas de choque el\u00e9tricos e tendo que se alimentar at\u00e9 de ratos mortos.<\/p>\n Mesmo tendo sido desativado h\u00e1 muitos anos, at\u00e9 hoje o Col\u00f4nia \u00e9 um s\u00edmbolo emblem\u00e1tico na luta manicomial, j\u00e1 que representou todos os horrores da \u00e9poca. E foi com isso em mente que a jornalista brasileira Daniela Arbex escreveu sobre o caso no seu livro hom\u00f4nimo que, anos mais tarde, serviria de base para o document\u00e1rio lan\u00e7ado em 2016.<\/p>\n Produzido pela HBO, ele agora est\u00e1 dispon\u00edvel na Netflix e tamb\u00e9m no YouTube e \u00e9 um soco no est\u00f4mago de qualquer pessoa ao mostra a brutalidade com que os internos eram tratados.<\/p>\n \u00a0<\/p>\n Outro document\u00e1rio importante para quem quer saber mais sobre a realidade manicomial do Brasil \u00e9 Sa\u00fade Mental e Dignidade Humana<\/strong>. Ele foi produzido pelo Centro de Mem\u00f3ria da OAB e traz entrevistas com especialistas sobre o assunto, al\u00e9m de mostrar os projetos de lei que tratam dessa quest\u00e3o.<\/p>\n Um dos pontos debatidos na obra \u00e9 sobre a quest\u00e3o da “pris\u00e3o perp\u00e9tua” a qual os doentes s\u00e3o submetidos, afinal, muitos deles ficaram reclusos at\u00e9 o final da vida, sem chance de serem reintegrados \u00e0 sociedade.<\/p>\n Outra quest\u00e3o abordada \u00e9 a participa\u00e7\u00e3o da OAB na luta antimanicomial e em reconhecer que todos s\u00e3o iguais perante a lei, inclusive as pessoas com doen\u00e7as mentais. O document\u00e1rio tamb\u00e9m est\u00e1 completo no YouTube<\/p>\n \u00a0<\/p>\n Produzido em 2014, esse curta-metragem traz depoimentos de quatro pacientes e uma ex-paciente do CAPS que t\u00eam transtornos mentais distintos, e contam sobre suas dificuldades para tratar suas doen\u00e7as.\u00a0<\/p>\n Na obra, elas falam sobre o dia a dia fora do centro de acolhimento, os traumas da inf\u00e2ncia, as crises existenciais e, claro, o preconceito que sofreram pela sociedade e at\u00e9 mesmo pelos pr\u00f3prios familiares.\u00a0Quem quiser dar uma chance \u00e0 obra, a encontra completa no YouTube.<\/p>\n \u00a0<\/p>\n Lan\u00e7ado em 2015 e protagonizado por Gl\u00f3ria Pires, Nise: O Cora\u00e7\u00e3o da Loucura<\/strong> conta a vida de Nise da Silveira, uma m\u00e9dica psiqui\u00e1trica que prop\u00f5e uma nova maneira de tratar os pacientes que sofrem de esquizofrenia. Ela n\u00e3o concorda que eles sejam v\u00edtimas de choques el\u00e9tricos e nem lobotomia, mas seu modo de pensar n\u00e3o \u00e9 visto com bons olhos pelos seus colegas.\u00a0<\/p>\n Isso faz com que ela seja isolada e tenha que assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional, uma \u00e1rea que ningu\u00e9m queria lidar. Acontece que Nise \u00e9 persistente e d\u00e1 in\u00edcio a uma nova forma de lidar com os pacientes, por meio do amor e da arte. Isso revoluciona a medicina psiqui\u00e1trica e mostra que \u00e9 poss\u00edvel cuidar dos doentes de uma forma mais humanizada.<\/p>\n Vencedor do Festival do Rio 2015 na categoria Melhor Filme J\u00fari Popular, o longa \u00e9 uma das obras brasileiras mais importantes sobre sa\u00fade mental. No elenco, al\u00e9m de Gl\u00f3ria est\u00e3o Cl\u00e1udio Jaborandy e Fabr\u00edcio Boliveira.<\/p>\n Nise: O Cora\u00e7\u00e3o da Loucura<\/strong> est\u00e1 dispon\u00edvel no Star+ e para compra e loca\u00e7\u00e3o no Google Play e na Amazon.<\/p>\n \u00a0<\/p>\n De um filma\u00e7o para outro, chegamos em Bicho de Sete Cabe\u00e7as<\/strong>, um longa lan\u00e7ado em 2000 e que at\u00e9 hoje consegue impactar o p\u00fablico. Na trama, Neto (Rodrigo Santoro) \u00e9 filho de Seu Wilson (Othon Bastos), um homem conservador e de poucas palavras que n\u00e3o consegue entender bem o comportamento do jovem.<\/p>\n Os dois vivem brigando e a situa\u00e7\u00e3o se complica quando Wilson percebe que o filho est\u00e1 usando maconha. Quando o desentendimento chega ao \u00e1pice, ele decide internar o filho em um manic\u00f4mio.<\/p>\n Mesmo sendo l\u00facido, Neto n\u00e3o tem como escapar do castigo e \u00e9 obrigado a ficar recluso no lugar. E \u00e9 assim que, pouco a pouco, ele vai perdendo sua sanidade mental, at\u00e9 se tornar quase um bicho em meio aquele local in\u00f3spito.<\/p>\n Estrelado brilhantemente por Rodrigo Santoro, Othon Bastos e Caco Ciocler, Bicho de Sete Cabe\u00e7as<\/strong> venceu v\u00e1rios festivais, incluindo o Festival de Recife e o de Bras\u00edlia. Quem quiser assisti-lo, o encontra na Apple TV+ e Netflix.<\/p>\n Leia a mat\u00e9ria no Canaltech.<\/p>\n Trending no Canaltech:<\/p>\n<\/p>\n Por muitos anos, a realidade dos manic\u00f4mios no Brasil chocou pela brutalidade e viol\u00eancia com que os internos eram tratados. Negligenciados, eles eram v\u00edtimas de viol\u00eancia f\u00edsica e psicol\u00f3gica e ficavam presos sem ter quase nenhum contato com a sociedade. Diante de tanto absurdo, surgiu a necessidade de repensar o… Continue lendo 4. Sa\u00fade Mental e Dignidade Humana<\/h2>\n
3. Eu N\u00e3o Sou Louco<\/h2>\n
2. Nise: O Cora\u00e7\u00e3o da Loucura<\/h2>\n
1. Bicho de Sete Cabe\u00e7as<\/h2>\n
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