{"id":216420,"date":"2025-04-03T15:56:58","date_gmt":"2025-04-03T18:56:58","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/216420"},"modified":"2025-04-03T15:56:58","modified_gmt":"2025-04-03T18:56:58","slug":"movimentos-de-favela-e-vitimas-da-policia-defendem-adpf-das-favelas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/216420","title":{"rendered":"Movimentos de favela e v\u00edtimas da pol\u00edcia defendem ADPF das Favelas"},"content":{"rendered":"
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Movimentos de moradores de favelas e familiares de v\u00edtimas da viol\u00eancia policial est\u00e3o mobilizados em defesa da ADPF 635<\/strong>. Reunidos em um coletivo chamado de \u201cCoaliz\u00e3o ADPF das Favelas\u201d, eles acompanham\u00a0o retorno do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira\u00a0(3), em Bras\u00edlia.<\/p>\n

A a\u00e7\u00e3o foi protocolada em 2019 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).\u00a0A partir dela, a\u00a0Corte j\u00e1 determinou medidas para reduzir a letalidade durante opera\u00e7\u00f5es realizadas pela PM do Rio contra o crime organizado nas comunidades da capital fluminense. Entre elas, a obriga\u00e7\u00e3o de divulgar dados sobre mortes, permitir buscas domiciliares somente em flagrante delito, preservar local e vest\u00edgios de crime, e instalar c\u00e2meras nas fardas.<\/strong><\/p>\n

A Coaliza\u00e7\u00e3o das Favelas criou uma vaquinha online para levantar recursos e viajar at\u00e9 Bras\u00edlia para pressionar o STF. O grupo tem como lema\u00a0\u201cNenhuma decis\u00e3o sobre n\u00f3s, sem n\u00f3s!\u201d<\/em>, para refor\u00e7ar o protagonismo e a defesa das vidas faveladas. Est\u00e1 previsto um ato em frente ao STF.<\/p>\n

Entre as bandeiras, est\u00e3o a implementa\u00e7\u00e3o de um plano para redu\u00e7\u00e3o efetiva da letalidade policial; transpar\u00eancia nas a\u00e7\u00f5es policiais, como c\u00e2meras em fardas e viaturas; presen\u00e7a de socorristas e prote\u00e7\u00e3o a crian\u00e7as e outros grupos vulnerabilizados em opera\u00e7\u00f5es; e diretrizes para investiga\u00e7\u00e3o de homic\u00eddios cometidos por policiais, incluindo apura\u00e7\u00e3o independente.<\/p>\n

\"Bras\u00edlia<\/figure>\n
Thiago Flausino, 13 anos, morto em 2023 por policiais militares.\u00a0Movimentos de favela\/Divulga\u00e7\u00e3o<\/strong><\/h6>\n

V\u00edtimas da pol\u00edcia<\/h2>\n

Priscilla Menezes, aut\u00f4noma, perdeu o filho Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, no dia 7 de agosto de 2023. O adolescente foi atingido por diversos disparos durante uma opera\u00e7\u00e3o policial na Cidade de Deus, comunidade da Zona Oeste do Rio. Quatro agentes da PM s\u00e3o julgados pelo homic\u00eddio. Eles tamb\u00e9m foram denunciados por fraude processual, ao mentir nas declara\u00e7\u00f5es iniciais na delegacia.<\/p>\n

\u201cO Minist\u00e9rio P\u00fablico precisa ter maior controle sobre as opera\u00e7\u00f5es policiais, para que outras fam\u00edlias n\u00e3o venham a sofrer o mesmo que eu sofro hoje. Meu filho foi assassinado com tr\u00eas tiros de fuzil\u201d, diz a m\u00e3e de Thiago Flausino.<\/p>\n

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\u201cEssa luta \u00e9 para que eles n\u00e3o sejam truculentos e atirem de qualquer jeito. As pessoas precisam ter o direito de ir e vir respeitado. Os policiais n\u00e3o agem assim na Zona Sul. Mas, nas comunidades, voc\u00ea n\u00e3o pode andar de moto\u00a0sem capacete, que voc\u00ea recebe um tiro. Foi o\u00a0que aconteceu com o meu filho\u201d, complementa.<\/p>\n<\/blockquote>\n

Ana Paula Oliveira luta h\u00e1 mais de 10 anos para que o policial que assassinou o filho seja condenado.<\/strong>\u00a0Johnatha tinha 19 anos de idade em 14 de maio de 2014, quando cruzou com um tumulto entre policiais e moradores da favela de Manguinhos. Um agente da Unidade de Pol\u00edcia Pacificadora (UPP) disparou e atingiu o jovem nas costas. O processo continua sem um desfecho.<\/p>\n

Depois do crime, Ana Paula criou o grupo M\u00e3es de Manguinhos, ao lado de F\u00e1tima Pinho, que tamb\u00e9m perdeu um filho assassinado. Elas passaram a acolher outras v\u00edtimas e a cobrar respostas das autoridades para crimes cometidos por agentes do Estado.<\/p>\n

Para quem atua h\u00e1 tanto tempo contra viol\u00eancia policial, \u00e9 fundamental a defesa de mecanismos de regula\u00e7\u00e3o e transpar\u00eancia das opera\u00e7\u00f5es em favelas.<\/p>\n

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\u201cO que a gente est\u00e1 cobrando \u00e9 que as opera\u00e7\u00f5es policiais aconte\u00e7am dentro da legalidade, assim como acontece em outras regi\u00f5es onde as pessoas t\u00eam n\u00edvel econ\u00f4mico maior e as coisas acontecem com respeito. Para que a gente n\u00e3o veja se repetindo com outras fam\u00edlias o que j\u00e1 aconteceu com nossos filhos\u201d, diz a m\u00e3e de Johnatha.<\/p>\n<\/blockquote>\n

\u201cA pol\u00edcia n\u00e3o age do mesmo jeito dentro e fora das favelas. \u00c9 uma forma super truculenta nas favelas. H\u00e1 pr\u00e1ticas de torturas, com esse resqu\u00edcio da ditadura. A favela sempre viveu isso e n\u00e3o mudou. A ditadura acabou para a classe m\u00e9dia e para os artistas. Na favela, ela nunca terminou. A pr\u00e1tica de tortura, de desaparecimentos for\u00e7ados e assassinatos continua, por meio do bra\u00e7o armado do Estado\u201d.<\/p>\n

Ag\u00eancia Brasil<\/p>\n

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Movimentos de moradores de favelas e familiares de v\u00edtimas da viol\u00eancia policial est\u00e3o mobilizados em defesa da ADPF 635. Reunidos em um coletivo chamado de \u201cCoaliz\u00e3o ADPF das Favelas\u201d, eles acompanham\u00a0o retorno do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira\u00a0(3), em Bras\u00edlia. A a\u00e7\u00e3o foi protocolada em 2019 pelo… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-216420","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/216420","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=216420"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/216420\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=216420"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=216420"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=216420"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}