{"id":222734,"date":"2025-04-12T14:42:37","date_gmt":"2025-04-12T17:42:37","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/222734"},"modified":"2025-04-12T14:42:37","modified_gmt":"2025-04-12T17:42:37","slug":"um-terco-dos-brasileiros-com-doencas-oculares-graves-abandona-o-tratamento","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/222734","title":{"rendered":"Um ter\u00e7o dos brasileiros com doen\u00e7as oculares graves abandona o tratamento"},"content":{"rendered":"
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Uma pesquisa conduzida pela Escola de Ci\u00eancias Sociais da Funda\u00e7\u00e3o Getulio Vargas (FGV\/CPDOC) em parceria com a ONG Retina Brasil, associa\u00e7\u00e3o de pessoas com doen\u00e7as da retina, e apoio da Roche Farma Brasil, revela os principais desafios dos pacientes com condi\u00e7\u00f5es que est\u00e3o entre as principais causas de perda de vis\u00e3o entre pessoas acima de 55 anos: a degenera\u00e7\u00e3o macular relacionada \u00e0 idade (DMRI) do tipo \u00famida e o edema macular diab\u00e9tico (EMD).<\/p>\n

Essas condi\u00e7\u00f5es afetam cerca 1,4 milh\u00f5es de pessoas no Brasil atualmente e, com o envelhecimento populacional e o crescimento de casos de diabetes no pa\u00eds, a previs\u00e3o \u00e9 de que esse n\u00famero chegue a 1,7 milh\u00e3o nos pr\u00f3ximos cinco anos.<\/p>\n

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Segundo o levantamento, quase um ter\u00e7o dos entrevistados revela que j\u00e1 desistiu do tratamento em algum momento, o que pode acarretar em piora dos sintomas e na evolu\u00e7\u00e3o cl\u00ednica da doen\u00e7a,<\/strong> segundo a oftalmologista Patricia Kakizaki, especialista em Retina Cl\u00ednica e Cir\u00fargica pela Universidade Federal de S\u00e3o Paulo (UNIFESP). \u201cA DMRI e o EMD s\u00e3o condi\u00e7\u00f5es que afetam a \u00e1rea central da retina \u2013 a m\u00e1cula, respons\u00e1vel pela nitidez da vis\u00e3o \u2013 e prejudicam atividades de rotina como dirigir, ler ou at\u00e9 fazer compras no supermercado. O tratamento pode exigir a aplica\u00e7\u00e3o de inje\u00e7\u00f5es intrav\u00edtreas (dentro do olho) at\u00e9 uma vez por m\u00eas, representando um peso grande para os pacientes e familiares\u201d, explica a m\u00e9dica.<\/p>\n

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Quase metade dos pacientes (45%) declarou ter grave perda de vis\u00e3o no momento da entrevista, com impactos profundos no dia a dia.<\/strong> Ainda segundo a Dra. Kakizaki, o diagn\u00f3stico tardio e a falta de ades\u00e3o ao tratamento s\u00e3o poss\u00edveis explica\u00e7\u00f5es para esse cen\u00e1rio, mas a medicina t\u00eam procurado alternativas para melhorar a vis\u00e3o e a qualidade de vida desses pacientes. \u201cHoje, estamos acompanhando o desenvolvimento de inova\u00e7\u00f5es capazes de impedir a progress\u00e3o dessas doen\u00e7as, estabilizando ou muitas vezes at\u00e9 melhorando a vis\u00e3o dos pacientes, al\u00e9m de proporcionar mais comodidade, diminuindo a frequ\u00eancia do tratamento e a necessidade de deslocamento at\u00e9 os consult\u00f3rios e as cl\u00ednicas\u201d, detalha a especialista.<\/p>\n

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O estudo tamb\u00e9m aponta outros aspectos que foram afetados na vida dos pacientes, como condi\u00e7\u00e3o financeira e sa\u00fade mental: 6 em cada 10 pacientes tiveram impactos financeiros importantes no cotidiano, e quase metade (47%) declaram que t\u00eam, tiveram ou gostariam de ter apoio psicol\u00f3gico para lidar com a condi\u00e7\u00e3o. <\/strong>Al\u00e9m disso, 72% dos pacientes convivem com outras doen\u00e7as<\/strong>, como diabetes (que pode causar o EMD), hipertens\u00e3o, condi\u00e7\u00f5es renais, hipotireiodismo, artrose, entre outras.<\/p>\n

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\u201cA ci\u00eancia investe em pesquisa para desenvolver solu\u00e7\u00f5es que melhorem a perspectiva para os cuidados e o controle das doen\u00e7as da retina, na mesma velocidade em que mira a busca por cuidados mais c\u00f4modos e uma melhor experi\u00eancia para o paciente\u201d, afirma Michelle Fran\u00e7a, l\u00edder m\u00e9dica da Roche Farma Brasil. \u201cAlmejamos um futuro no qual o controle e o conv\u00edvio com condi\u00e7\u00f5es oculares tenham o menor impacto poss\u00edvel na vida desses pacientes\u201d, conclui.<\/p>\n

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O levantamento ouviu 155 pessoas de todas as regi\u00f5es do pa\u00eds para entender a percep\u00e7\u00e3o dos pacientes sobre a doen\u00e7a, o processo de reabilita\u00e7\u00e3o, a situa\u00e7\u00e3o atual de qualidade de vida e as principais mudan\u00e7as que o conv\u00edvio com a condi\u00e7\u00e3o t\u00eam causado. 65% dos entrevistados s\u00e3o mulheres, a maioria (59%) com 60 anos ou mais. Cerca de um ter\u00e7o dos pacientes estavam em tratamento pelo Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS) no momento da entrevista.<\/p>\n

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Retina Brasil<\/strong><\/p>\n

Maria Antonieta Leopoldi, vice-presidente da Retina Brasil: A pesquisa trouxe muitas informa\u00e7\u00f5es que apontam para a necessidade de melhorar o atendimento ao paciente que tem urg\u00eancia de ser tratado, sob pena de perda da vis\u00e3o.<\/p>\n

Continuando a comentar a pesquisa, Maria Antonieta Leopoldi falou da import\u00e2ncia de se combinar o tratamento da DMRI ou EMD com apoio psicol\u00f3gico, que contribui para a continuidade do tratamento e a estabiliza\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o ocular. Muitos respondentes assinalaram o impacto que a pandemia do covid trouxe na suspens\u00e3o do tratamento e na perda da vis\u00e3o. Outros fatores que implicaram na suspens\u00e3o do tratamento com inje\u00e7\u00f5es foram doen\u00e7as graves, depress\u00e3o e alto custo do tratamento para o paciente que n\u00e3o encontra acolhimento no SUS e tenta se tratar com plano de sa\u00fade.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

\u00a0 Uma pesquisa conduzida pela Escola de Ci\u00eancias Sociais da Funda\u00e7\u00e3o Getulio Vargas (FGV\/CPDOC) em parceria com a ONG Retina Brasil, associa\u00e7\u00e3o de pessoas com doen\u00e7as da retina, e apoio da Roche Farma Brasil, revela os principais desafios dos pacientes com condi\u00e7\u00f5es que est\u00e3o entre as principais causas de perda… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-222734","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/222734","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=222734"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/222734\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=222734"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=222734"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=222734"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}