{"id":2675,"date":"2024-03-01T10:07:25","date_gmt":"2024-03-01T13:07:25","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/2675"},"modified":"2024-03-01T10:07:25","modified_gmt":"2024-03-01T13:07:25","slug":"no-brasil-33-milhoes-de-toneladas-de-lixo-tiveram-destinacao-inadequada-em-2022","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/agencia5jf\/2675","title":{"rendered":"No Brasil, 33 milh\u00f5es de toneladas de lixo tiveram destina\u00e7\u00e3o inadequada em 2022"},"content":{"rendered":"
O Brasil avan\u00e7ou pouco na adequa\u00e7\u00e3o do manejo dos res\u00edduos s\u00f3lidos no Brasil. Cerca de 43% de todo o lixo gerado no pa\u00eds tiveram descarte irregular, aponta a pesquisa Panorama dos Res\u00edduos S\u00f3lidos no Brasil 2023, lan\u00e7ado pela Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Res\u00edduos e Meio Ambiente (ABREMA). O n\u00famero corresponde a 33,3 milh\u00f5es de toneladas de res\u00edduos s\u00f3lidos urbanos indo parar em lix\u00f5es, valas, terrenos baldios e c\u00f3rregos urbanos, amea\u00e7ando a sa\u00fade p\u00fablica e o meio ambiente.\u00a0<\/p>\n
O advogado e s\u00f3cio da S2F Partners (consultoria especializada em gest\u00e3o de res\u00edduos e economia circular), Fabricio Soler, lamenta a situa\u00e7\u00e3o. \u201cO cen\u00e1rio da gest\u00e3o e gerenciamento de res\u00edduos no Brasil est\u00e1 estagnado. O \u00edndice de coleta gira em torno de 91% a 92%, 93%. O que significa dizer que o Brasil ainda tem 18 milh\u00f5es de brasileiros que descartam nas pr\u00f3prias casas, terrenos baldios;\u00a0ou seja, n\u00e3o tem coleta\u201d, analisa.<\/p>\n
Na opini\u00e3o da especialista em direito urban\u00edstico e ambiental Daniela Lib\u00f3rio, o acesso da popula\u00e7\u00e3o \u00e0 coleta de lixo e rede de esgoto ainda \u00e9 prec\u00e1rio no pa\u00eds.<\/p>\n
\u201cA situa\u00e7\u00e3o continua complexa sem muito avan\u00e7ar em lugares distantes de grandes centros ou de grande vulnerabilidade social e urbana. Os munic\u00edpios mais pobres continuam prec\u00e1rios no atendimento de saneamento \u2014 assim como as periferias das regi\u00f5es metropolitanas e mais pobres\u201d, lamenta.<\/p>\n
Segundo o especialista em gest\u00e3o ambiental Raimundo Barbosa, o Marco Legal do Saneamento seria uma boa op\u00e7\u00e3o para resolver os problemas do descarte do lixo. \u201cO marco legal do saneamento b\u00e1sico pode ajudar muito nesse sentido, uma vez que o governo pretende terceirizar o servi\u00e7o de saneamento no Brasil como um todo. Ent\u00e3o vai haver um aporte de recursos nessa terceiriza\u00e7\u00e3o para resolver o problema de implanta\u00e7\u00e3o de infraestrutura de esgotamento sanit\u00e1rio para melhorar a quest\u00e3o dos aterros sanit\u00e1rios ou dos lix\u00f5es que existem Brasil afora\u201d, destaca.<\/p>\n
Segundo o estudo da ABREMA, mesmo sendo uma pr\u00e1tica considerada ilegal\u00a027,9 milh\u00f5es de toneladas de lixo foram enviadas para os mais de 3 mil lix\u00f5es que ainda existem no pa\u00eds. Outras 5,3 milh\u00f5es de toneladas s\u00e3o incorretamente descartadas pela popula\u00e7\u00e3o que vive em \u00e1reas n\u00e3o atendidas por qualquer tipo de servi\u00e7o de coleta. O n\u00famero representa 7% de todo o lixo produzido no pa\u00eds, indica o estudo.<\/p>\n
O estudo mostra que as regi\u00f5es Sul e Sudeste apresentam o melhor cen\u00e1rio com mais de 70% dos res\u00edduos s\u00f3lidos indo para destina\u00e7\u00e3o adequada. As duas regi\u00f5es s\u00e3o as \u00fanicas do pa\u00eds com mais da metade dos res\u00edduos sendo encaminhados para \u00e1reas ambientalmente adequadas. J\u00e1 as regi\u00f5es Norte e Nordeste, apenas 36,6% e 37,3% dos rejeitos, respectivamente, s\u00e3o encaminhados para aterros. No Centro-Oeste, 43,6% do lixo tem manejo adequado.<\/p>\n
Um outro levantamento, o Censo Demogr\u00e1fico 2022 \u2014\u00a0divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), atrav\u00e9s do estudo Caracter\u00edsticas Gerais dos Domic\u00edlios e dos Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlios (PNAD) Cont\u00ednua\u00a0\u2014 revela que o lixo domiciliar de 7,9% das pessoas era \u201cqueimado na propriedade\u201d, enquanto para 0,3% delas ele era \u201centerrado na propriedade\u201d. De acordo com 0,6% da popula\u00e7\u00e3o, o lixo era apenas \u201cjogado em terreno baldio, encosta ou \u00e1rea p\u00fablica\u201d.<\/p>\n
Para o analista da PNAD Cont\u00ednua Gustavo Geaquinto, esse percentual alto ainda assusta.\u00a0<\/p>\n
\u201cA fossa rudimentar, o esgoto sendo lan\u00e7ado diretamente em valas a c\u00e9u aberto, rios e mar, correspondiam a 14,1% dos domic\u00edlios brasileiros que s\u00e3o consideradas formas inapropiradas de esgotamento \u2014 e inclusive podem trazer riscos para a sa\u00fade e para o meio ambiente\u201d, explica.<\/p>\n
Ainda de acordo com a pesquisa, a coleta direta ou indireta de lixo atendia 90,9% da popula\u00e7\u00e3o em 2022. Os tipos de descarte mais frequentes foram o \u201ccoletado no domic\u00edlio por servi\u00e7o de limpeza\u201d (82,5%) e o \u201cdepositado em ca\u00e7amba de servi\u00e7o de limpeza\u201d (8,4%).<\/p>\n
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