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  Harumi levou o caso \u00e0 alta c\u00fapula da Yakuza, que lhe deu raz\u00e3o e decidiu castigar fisicamente Hindenori e impor a ele a devolu\u00e7\u00e3o do dinheiro e uma multa de cinco milh\u00f5es de ienes. Antes do epis\u00f3dio, chef\u00f5es da m\u00e1fia tinham Hindenori em alta conta e tudo estava certo para promov\u00ea-lo ao posto de n\u00famero dois da m\u00e1fia, o que acabou sendo cancelado pela c\u00fapula.<\/p>\n

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  Em depoimento, um s\u00f3cio de Hindenori afirmou que o recebeu ap\u00f3s a puni\u00e7\u00e3o. Ele estava com o cabelo raspado e disse temer que a Yakuza lhe arrancasse um dedo. Hindenori guardou rancor e arregimentou brasileiros e japoneses para sequestrar Harumi e lhe arrancar bilh\u00f5es de ienes que, segundo ele, ficavam em um cofre em seu apartamento.<\/p>\n

  Plano de sequestro<\/h4>\n

  O plano foi elaborado durante um cruzeiro para a Coreia do Sul, entre amigos. Tudo foi roteirizado. O local para o cativeiro seria o im\u00f3vel de uma empreiteira de um s\u00f3cio de Hindenori. Os brasileiros Marcelo Yokoyama e Alexandre Hideaki Miura trabalhavam \u00e0 \u00e9poca para essa empresa.<\/p>\n

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  Em depoimento, eles afirmaram que foram enganados e coagidos a participar do crime. Essa tese, cuntudo, foi derrubada na Justi\u00e7a. Todos os outros depoimentos de envolvidos que confessaram participa\u00e7\u00e3o na trama afirmaram que aos brasileiros foram prometidos, inicialmente, 200 mil ienes para participar do sequestro.<\/p>\n

  O valor era baixo e, por isso mesmo, um dos recrutadores disse: \u201cEsse servi\u00e7o \u00e9 um servi\u00e7o que vale bilh\u00f5es de ienes. Por isso, se esforcem. Se tudo der certo, vou acrescentar mais para voc\u00eas, tirando da minha parte\u201d. Tudo era traduzido para o portugu\u00eas durante a conversa para que ficasse bem entendido.<\/p>\n

  \u201cSabiam que ir\u00edamos atacar um rica\u00e7o, que tem grande quantidade de dinheiro (\u2026). Estava previsto que \u00edamos fazer coisas terr\u00edveis, como atacar e sequestrar o seu [Harumi] Inagaki (\u2026). Era uma coisa esperada\u201d, disse um dos japoneses, sobre a participa\u00e7\u00e3o dos brasileiros.<\/p>\n

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  Em uma primeira tentativa de sequestrar Harumi, o grupo se amedrontou com seu tamanho, e a possibilidade de tomarem uma surra, e desistiu da investida. \u00c0quela altura, eles haviam comprado uma arma de eletrochoque e um cacetete para imobilizar o empres\u00e1rio.<\/p>\n

  Em uma nova emboscada, equiparam-se com pistolas, tacos de golfe e beisebol, uma chave de roda e um p\u00e9 de cabra. Eles se vestiram de trabalhadores da constru\u00e7\u00e3o civil e se postaram como se estivessem em uma obra em frente \u00e0 resid\u00eancia de Harumi.<\/p>\n

  Quando Harumi desceu do t\u00e1xi em frente a sua resid\u00eancia, em Nagoya, segundo um dos acusados que confessaram o crime, foi dado o \u201cok\u201d para que os quatro brasileiros arregimentados partissem para cima dele. Mesmo sob uma chuva de socos, pontap\u00e9s e pauladas com tacos, o empres\u00e1rio resistiu e os brasileiros sa\u00edram correndo.<\/p>\n

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  Foi quando um dos japoneses puxou a arma e deu o primeiro tiro contra Harumi. Ele caiu e, percebendo a vantagem, os brasileiros voltaram e partiram para cima dele para imobiliz\u00e1-lo e coloc\u00e1-lo no porta-malas do carro do grupo. Mas a v\u00edtima reagiu e eles n\u00e3o conseguiam arrast\u00e1-la para o ve\u00edculo.<\/p>\n

  Com receio de que a pol\u00edcia estivesse chegando, o japon\u00eas do grupo deu um tiro na n\u00e1dega de Harumi e os criminosos conseguiram, enfim, coloc\u00e1-lo dentro do carro. A pancadaria e os tiros fizeram com que o empres\u00e1rio acabasse morrendo de hemorragia nas m\u00e3os de seus sequestradores.<\/p>\n

  De seus bolsos e roupas, os sequestradores tiraram 1,6 milh\u00e3o de ienes, al\u00e9m de um colar e um rel\u00f3gio valiosos. Ainda se aproveitaram do fato de que a mulher do empres\u00e1rio n\u00e3o sabia de sua morte e enviaram uma carta para ela exigindo cinquenta milh\u00f5es de ienes para o resgate.<\/p>\n

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  Alguns dias depois, para sumir com as provas do crime, o grupo jogou o corpo de Harumi dentro de um barril de \u00f3leo e, ent\u00e3o, encheu o recipiente de cimento. O cad\u00e1ver concretado dentro do barril foi atirado nas profundezas de um rio em Nagoya.<\/p>\n

  Alexandre Hideaki Miura fugiu para o Brasil dias ap\u00f3s o crime. Ele e Marcelo Yokoyama foram condenados a 30 anos de pris\u00e3o pela Justi\u00e7a Federal de S\u00e3o Paulo, em julho de 2022, em um processo que atendeu a um pedido de coopera\u00e7\u00e3o internacional de autoridades japonesas ao Brasil.<\/p>\n

  Eles chegaram a ser presos preventivamente no Brasil, entre 2017 e 2020, mas acabaram sendo soltos para responder ao processo em liberdade. No \u00faltimo domingo, Alexandre foi preso por policiais militares que faziam patrulha no Itaim Paulista, no extremo leste da cidade de S\u00e3o Paulo. Ao ser abordado, ele confessou ter participado do crime e foi encaminhado \u00e0\u00a0Pol\u00edcia Federal (PF).<\/p>\n

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  S\u00e3o Paulo \u2014 O brasileiro Alexandre Hideaki Miura foi preso na noite do \u00faltimo domingo (10\/3) ap\u00f3s quase dois anos foragido por participar de uma sangrenta trama de vingan\u00e7a entre membros do alto escal\u00e3o da m\u00e1fia japonesa Yakuza. O crime foi cometido h\u00e1 mais de duas d\u00e9cadas, ao lado de… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-7023","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7023","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=7023"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7023\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=7023"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=7023"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/agencia5.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=7023"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}