ONGs levantam alerta para a presença de mercúrio em atum enlatado

O atum enlatado é sinônimo de praticidade e versatilidade nas dietas de muitas pessoas, mas um novo estudo pode colocar o consumo em xeque.

Um levantamento realizado em cinco países europeus, incluindo Itália, França, Alemanha, Reino Unido e Espanha, avaliou 148 latas de atuns, selecionadas de forma aleatória e testadas em um laboratório independente. Foi identificado que o atum versão enlatada estava contaminado com mercúrio em níveis bem acima do ideal. A pesquisa foi realizada pela Bloom, uma instituição ambiental, junto à Food Watch.

O problema chama atenção pois 100% das latas selecionadas estavam contaminadas com mercúrio. Para se ter uma ideia, uma em cada duas latas continham mercúrio acima do limite estabelecido para outras espécies de peixe, que é de 0,3 mg/kg.

Em geral, os limites de mercúrio na maioria das espécies de peixe é de 0,3 mg/kg. No caso do atum, o limite é diferente. A quantidade máxima imposta para o peixe fresco é de 1 mg/kg, uma diferença discrepante e que chama a atenção.

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A pesquisa acrescenta que a quantidade máxima permitida de mercúrio no atum foi estabelecida com base na contaminação desse peixe, e não considerando o risco para a saúde humana. Dessa forma, é possível garantir a venda de mais de 90% do atum.

Se a situação já não estava boa para o atum fresco, a versão enlatada choca. Isso porque, por ser enlatado, o atum é desidratado, perdendo água nesse processo. No entanto, a quantidade de metal não muda, assim, ao final, o atum chega a conter 2,7 mg/kg de mercúrio, segundo informações da Bloom.

Essa quantidade fez com que as ONGs citadas pedissem a grandes redes varejistas e às autoridades que “tomem medidas de emergência”. “É observado que o atum, uma das espécies mais contaminadas, tem um limite máximo de mercúrio três vezes acima das espécies menos contaminadas”, apontou o relatório.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o atum como uma das 10 substâncias de maior preocupação para a saúde pública. Além disso, no oceano, o mercúrio se mistura com bactérias e é transformado em metilmercúrio, resultando em um derivado potencialmente mais tóxico.

O mercúrio, quando em excesso no organismo, pode causar danos ao sistema nervoso central e ao sistema respiratório; e distúrbios nos rins, no coração e no sistema imunológico.

A intoxicação com mercúrio pode ocorrer ainda que se abstenha do consumo de peixes e frutos do mar, pois ele está presente na atmosfera, por conta do processo de mineração do ouro.

Os especialistas recomendam que você invista no consumo de outras espécies de peixe para diminuir a ingestão de mercúrio. Os pescados com menor concentração de mercúrio são pescada, tilápia, polvo, lulas, bacalhau, garoupa, linguado, sarda e tamboril.

(*) Thaiz Brito é nutricionista pós-graduanda em Nutrição Esportiva Clínica

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