Na Fiesp, Mercadante defende Haddad e parceria estratégica com a China

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (12/11) que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), está “trabalhando intensamente” para que o Brasil retome o chamado grau de investimento e afirmou ser papel dos movimentos sociais criticarem o corte de despesas.

Durante participação no “Fórum Estadão Think”, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mercadante afirmou que  alguns “pessimistas” já foram derrotados no que se refere às projeções de Produto Interno Bruto (PIB), e que serão derrotados novamente, agora na questão fiscal.

“Tenho total compromisso com o esforço do governo para o arcabouço fiscal. Ainda não está definido, mas na hora que sair o pacote de ajuste, vou defendê-lo”, disse Mercadante.

Para o presidente do BNDES a retomada do grau de investimento deve ser uma “meta” para o Brasil. Ele destacou que hoje o “leque” de investimentos globais que o Brasil pode receber é de cerca de US$ 1 trilhão, mas com o grau de investimento esse montante chegaria a US$ 20 trilhões.

“E é um investimento de muito mais qualidade. Existem grandes fundos ao redor do mundo que só podem ser alocados em quem tem grau de investimento. É um capital que fica”, detalhou Mercadante.

Lucro do BNDES e China

Mercadante também comentou o lucro líquido de R$ 19 bilhões que o banco obteve de janeiro a setembro, valor 31,4% superior ao resultado positivo de um ano antes, e fez questão de reforçar que, embora não seja papel de um banco público registrar lucro, o resultado ajuda no equilíbrio das contas públicas do país.

“O lucro do BNDES protege o Tesouro Nacional e ajuda no equilíbrio das contas públicas e cumprimento do arcabouço fiscal”, frisou Mercadante.

Em sua participação no evento, ele fez questão de destacar o papel do BNDES às exportações e reforçou que o Estado precisa ser parceiro do setor exportador, a exemplo do que faz a China. Disse ainda que o Brasil precisa ter o  país asiático como “parceiro estratégico”, sobretudo com uma nova onda protecionista que se anuncia.

“Não há dúvida de que teremos uma nova onda de protecionismo. O governo Trump, eleito pelo voto popular de forma legítima, tem a maioria no Senado, na Câmara, na Suprema Corte e nos estados, com os governadores. Mas, mesmo assim, sou otimista”, disse.

Segundo ele, Brasil e China são  complementares. “Os chineses, por exemplo, estão interessados em investir aqui na área de energia e ferrovias”, lembrou.

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