O que a música clássica faz com o cérebro, segundo a ciência

Sabia que ouvir música clássica pode influenciar positivamente o cérebro? Pelo menos, é isso o que sugere um novo estudo da Shanghai Jiao Tong University, da China. Esse estilo musical provou que pode sincronizar áreas cerebrais específicas responsáveis ​​pelo processamento de som e emoção, o que ajuda a aliviar os sintomas de depressão.

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O que acontece: a música clássica envolve um circuito que conecta o córtex auditivo e partes do cérebro envolvidas na recompensa e no processamento emocional, bloqueando oscilações neurais. 

A descoberta vem através da análise de 23 pacientes diagnosticados com depressão severa. Eles tiveram eletrodos implantados no cérebro para atingir áreas específicas envolvidas no processamento de emoções e recompensas.


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Música clássica para o cérebro

Durante o experimento, os participantes ouviram dois tipos diferentes de música clássica: uma para gerar tristeza (Sinfonia nº 6 de Tchaikovsky) e outra para alegria (Sinfonia nº 7 de Beethoven).

As respostas emocionais dos participantes à música foram classificadas com base nos níveis de depressão, ansiedade e prazer pela música. Enquanto isso, a atividade cerebral foi registrada por meio dos eletrodos.

O curioso é que os participantes que relataram prazer em ouvir a música experimentaram a maior redução nos sintomas da depressão, só que isso não teve nada a ver com a canção ser triste ou alegre.

Conclusão: a preferência pessoal desempenha um papel mais significativo nos efeitos emocionais e antidepressivos da música do que a intenção emocional da música em si.

Alterações da música clássica no cérebro (Imagem: Wang et al, 2024/Cell Reports)

Esse prazer em ouvir a música levou ao aumento da sincronização entre o córtex auditivo do cérebro e a amígdala estendida, um circuito próximo da amígdala, a estrutura responsável pelo processamento de informações emocionais.

Oscilações cerebrais

O estudo também destaca que as oscilações gama (relacionadas com atenção e processamento emocional) eram mais prevalentes na amígdala estendida quando os participantes gostavam da música.

Outra descoberta é que, quando os participantes gostavam da música, as oscilações teta no córtex auditivo ficavam sincronizadas com as oscilações gama, o que aumenta ainda mais a ideia de que esse prazer de ouvir a música ativa uma rede de regiões cerebrais envolvidas no processamento emocional e na recompensa. O estudo foi publicado na Cell Reports.

A música no cérebro

Os benefícios da música para o cérebro têm conquistado destaque entre os artigos científicos. A University of Toronto e a University of Cambridge, por exemplo, mostraram que a música é um exercício para o cérebro e pode fazer bem a pacientes com Alzheimer.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, cientistas também perceberam que tocar instrumentos musicais ou cantar melhora a memória na velhice.

 

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