IA no ambiente de trabalho – quando o futuro bate à porta

2025 será o ano em que veremos e vivenciaremos, de fato, a presença substancial da inteligência artificial no ambiente de trabalho?

De algum modo, já tem sido possível observar uma certa presença – mesmo que de forma incipiente –, sobretudo no que diz respeito a softwares de análise e sistemas de IA generativa, como os já conhecidos ChatGPT, MidJourney e outros que demonstram seu valor também na otimização de processos. 

Simultaneamente, quando falo sobre uma real implantação e “presença substancial”, entendo isso como um trabalho integrado entre humanos e inteligências artificiais, que representa, ao mesmo tempo, um novo momento dentro dessa era e cenário da inteligência artificial – um contexto que representa um próximo passo em vias de engrossar os traços dessa pegada. 


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Neste artigo, irei discorrer sobre a presença dessas tecnologias no ambiente de trabalho e como as empresas podem se preparar para esse novo horizonte que já bate à porta do mercado corporativo. Boa leitura! 

A IA já está aí – você talvez não tenha percebido

Dados de pesquisas relacionados ao mercado corporativo respondem de forma positiva à questão que abre este artigo, de forma clara e objetiva.

Um estudo interessantíssimo realizado e divulgado pela Microsoft e pelo Linkedin dá os sinais e dicas para as empresas, indicando que os comportamentos no ambiente de trabalho têm mudado radicalmente, sobretudo em um “pós-transformação digital” pela qual muitas organizações tiveram que passar.

Conforme esse levantamento, inclusive, 2024 já representou um ano no qual a inteligência artificial no trabalho se tornou real. Hoje, 75% dos chamados trabalhadores do conhecimento – aqueles que produzem valor a partir de ideias, julgamentos, análises e design – em âmbito mundial utilizam IA generativa, sendo que 46% dos usuários começaram a utilizá-la há menos de seis meses.

Naturalmente, essa adoção se dá por uma questão técnica e de produtividade: usuários entendem que a IA os ajuda a poupar tempo (90%), a focar nos trabalhos e projetos de maior importância (85%) e a ser mais criativos (84%). 

Contudo, por mais que o ganho seja aparentemente muito relevante nesses termos, não se trata apenas de agilizar as entregas, mas justamente de torná-las mais inteligentes e  qualificadas – o que exigiria, justamente, a integração entre os dois mundos, entre humanos e máquinas.

Um novo cenário de oportunidades (e com muitos desafios)

Em um contexto de aumento no volume de trabalho tem sido comum, inclusive, que profissionais se utilizem de ferramentas próprias de IA no trabalho, de modo quase isolado, ou seja, sem um planejamento ou cultura que valorize, de fato, as tecnologias.

Um cenário como esse pode ser visto como um sintoma de que muitas organizações ainda não possuem um plano e uma visão estratégica sobre esse uso e a condução dos processos mediados por IA – algo que, naturalmente, impacta diretamente no trabalho em si e no desenho de um caminho em direção à mudança. 

Um dado representativo sobre isso é que 52% dos profissionais que já utilizam IA no trabalho relutam em admitir o uso em tarefas mais importantes – e 53% temem que usá-la faça com que pareçam substituíveis. Paralelamente, a grande maioria dos líderes reconhece a necessidade dessa adoção para que permaneçam competitivos, ao mesmo tempo em que entendem que falta um plano e visão para a implantação de IA. 

Momento decisivo 

Entendo que atingimos, no atual cenário, um momento que pode ser considerado como um divisor de águas da inteligência artificial e suas aplicações: a mudança de um status de experimentação para uma real transformação do negócio – e, portanto, disrupção.

Para isso, é essencial, como tenho reforçado, essa visão de trabalho integrado: por um lado, existem inúmeras habilidades e características do trabalho humano que a IA não consegue replicar; por outro, a máquina pode tornar a execução de tarefas não só mais rápida, como mais inteligente.

Conforme apontado em meu último artigo, essa nova perspectiva de cocriação entre as duas partes já existe e tem como ponto central o fator humano, aquele que realmente pode destravar o potencial da IA no mundo corporativo.

Nesse sentido, é crucial que as organizações, no contexto de elaboração de estratégias, planos e visões, entendam que a cultura corporativa representa um grande primeiro passo nesse processo.

O fomento de pensamento e olhar críticos e a criação de uma cultura de curiosidade são mais do que essenciais, sobretudo em um recorte no qual boa parte dos trabalhos repetitivos e operacionais deve ser automatizada. Os profissionais talvez não precisem mais fazer as perguntas, mas, sim, entender quais perguntas devem ser feitas e ligar os pontos – trabalho essencialmente humano e, logo, insubstituível. 

Conclusão

A partir do que foi apresentado neste artigo, depreende-se que, se o mercado ainda se mostra tímido em suas movimentações em direção à implementação de IA, boa parte dos profissionais já entende a relevância dessa “novidade”, aplicando-a em seu dia a dia – mesmo que não siga um planejamento estratégico e cultural por trás.

Todos esses fatores representam oportunidades de grande valor para as empresas, que podem (e devem) canalizar esse entusiasmo dos colaboradores, que já entendem e enxergam – mesmo que de forma superficial – essa nova perspectiva.

Leia a matéria no Canaltech.

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