Mulher passa por transplante inovador para tratar câncer de intestino

Uma advogada de 32 anos se tornou a primeira pessoa do Reino Unido a passar por um transplante de fígado para tratar câncer de intestino avançado. A doença encontrava-se em estágio quatro, o mais avançado, com metástase no fígado. De acordo com os médicos do The Christie NHS Foundation Trust, Bianca Perea não tem mais sinais do câncer.

“Recebi uma segunda chance na vida e vou agarrá-la com as duas mãos. Sou muito grata à família que concordou em doar o fígado de seu ente querido. Eu acredito que isso seja uma cura. Eles sempre hesitam em dizer isso, obviamente, mas estou livre do câncer agora”, comemorou a paciente em comunicado de imprensa emitido pelo NHS, o serviço público de saúde do Reino Unido.

Câncer de intestino

Os primeiros sinais do câncer surgiram em 2021, quando Bianca tinha 29 anos e se sentiu constipada e inchada. A presença de altos níveis de sangue em amostras de fezes aumentou a preocupação dos médicos, que pediram uma colonoscopia e biópsia.

Os resultados mostraram que a jovem britânica tinha câncer de intestino em estágio quatro, o tipo mais avançado. A doença havia se espalhado para todos os oito segmentos do fígado. Os médicos ficaram surpresos com os resultados dos exames para uma paciente tão jovem.

A metástase hepática ocorre quando as células cancerígenas do intestino viajam pelo sangue através de uma veia que conecta o intestino ao fígado. As células doentes se espalham no tecido do órgão e começam a crescer.

“Receber o diagnóstico de câncer de intestino em uma idade tão jovem foi um choque. Como ele havia se espalhado, os médicos me disseram que só poderiam me oferecer quimioterapia paliativa. Ouvi o que eles disseram, mas o prognóstico simplesmente não parecia real, eu simplesmente não conseguia aceitar”, contou Bianca.

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019

O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado
Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras
Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)
Doses de café pode reduzir em 30% risco de câncer de intestino
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Também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso -chamada cólon -, no reto e ânus

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019

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O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado

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Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras

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Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)

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Doses de café pode reduzir em 30% risco de câncer de intestino

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Os sintomas mais associados ao câncer do intestino são: sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração das fezes e massa (tumoração) abdominal

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O diagnóstico requer biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio)

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O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas

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A cirurgia é, em geral, o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor

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A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino

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Além disso, deve-se evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame) e limitar o consumo de carnes vermelhas até 500 gramas de carne cozida por semana

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Bianca recebeu 37 rodadas de um medicamento direcionado, chamado panitumumabe, e quimioterapia por dois anos e meio para conter a doença. O tratamento encolheu o tumor e ela pôde fazer uma cirurgia em maio de 2023 para remover a parte do intestino onde o câncer estava.

Contudo, novos exames mostraram que ela ainda tinha tumores no fígado, mas eles não podiam ser retirados. Foi então que os médicos começaram a considerar Bianca como uma boa candidata para um transplante, principalmente porque o câncer havia se espalhado apenas para o fígado.

Transplante de fígado

A cirurgia foi realizada em meados de 2024, no Leeds Teaching Hospitals NHS Trust. O procedimento foi bem-sucedido e Bianca se recupera bem. Os médicos de Leeds e do The Christie NHS Foundation Trust estão esperançosos de que o câncer não retornará.

“Passar de ouvir que eu teria pouco tempo de vida para estar livre do câncer é o maior presente”, celebrou a jovem inglesa.

“Ver que Bianca teve um resultado tão positivo é maravilhoso. Quando olhamos para as células tumorais em seu fígado após a remoção, elas não estavam ativas. Esta é uma excelente notícia, e esperamos que isso signifique que o câncer não volte. O câncer de intestino avançado é complexo e há muitos tipos diferentes da doença, então o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Como resultado, é importante que continuemos a desenvolver novos tratamentos”, considerou a oncologista Kalena Marti, do The Christie NHS Foundation Trust.

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