Governo Lula tem dificuldade para agregar centrão a evento do 8/1

O governo Lula enfrenta dificuldades para trazer a Brasília os líderes de partidos do centrão, que não demonstram disposição em participar dos eventos preparados pelo Planalto para marcar os dois anos dos ataques às sedes dos Três Poderes. O presidente preparou uma série de ações para esta quarta-feira (8/1), numa agenda que terá como ponto chave a entrega de obras de arte que foram depredadas durante os atos antidemocráticos.

Os líderes do governo abordaram os colegas nesta segunda-feira (6/1). Ligaram e pediram que os pares viessem a Brasília para o que definiram como uma agenda institucional, garantindo que o evento não seria partidário.

De acordo com deputados ouvidos pelo Metrópoles sob reserva, os parlamentares afirmaram que estão em suas bases eleitorais, num momento de descanso entre um fim de ano conturbado com votações importantes e um mês de fevereiro que começará com eleições na Câmara e Senado, além votação do Orçamento de 2025.

Outro ponto destacado pelos líderes é este é um ano crucial para os parlamentares, que precisam assegurar alianças com prefeitos visando sua reeleição para o Legislativo em 2026. O recesso costuma ser utilizado para acelerar as negociações políticas nos municípios. Também apontam que, como partidos de centro devem rever seu alinhamento com o Planalto, há menos disposição para participar de um evento com o presidente.

Dentre os líderes que devem ficar de fora, o mais importante é Hugo Motta, do Republicanos. Franco favorito para assumir a cadeira de Arthur Lira (PP-AL) a partir de fevereiro, o paraibano deve permanecer no seu estado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), definirá nesta terça-feira (7/1) se comparecerá.

Cerimônia com Lula

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o presidente realizará uma série de eventos durante a próxima quarta. As ações começam pela manhã, com a entrega obras de arte restauradas e o descerramento do quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti.

Os momentos em que o governo espera maior adesão do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) ocorrem em seguida. Tratam-se de uma cerimônia com a presença de autoridades no Salão Nobre do Palácio do Planalto, às 11h, e Abraço da Democracia, na Praça dos 3 Poderes.

Esse último é um simbólico, quando Lula descerá a rampa do Planalto e espera estar ladeado pelas principais autoridades da República.

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