Meta diz que, inicialmente, mudança na checagem será somente nos EUA

Em carta de resposta enviada à Advocacia-Geral da União (AGU) após questionamentosdo governo brasileiro, a Meta, empresa de Mark Zuckerberg, informou nessa segunda-feira (13/1) que as mudanças no programa de checagem de fatos nas plataformas da companhia será realizado, inicialmente, apenas nos Estados Unidos. A empresa é dona de redes como Instagram, Facebook e WhatsApp e vai trocar a checagem ativa por um modelo de notas da comunicade, semelhante ao já usado na rede X, de Elon Musk.

O que aconteceu:

  • Mark Zuckerberg anunciou a remoção do sistema de checagem de informações, implementando as “notas de comunidade”;
  • O sistema é semelhante ao já utilizado pelo X, plataforma de Elon Musk;
  • O anúncio gerou preocupação no governo brasileiro;
  • A AGU pediu uma explicação formal da Meta, com detalhes sobre como seria essa mudança no Brasil;
  • A Meta enviou as respostas na segunda-feira (13/1), por volta das 23h50;
  • A companhia informou que, inicialmente, a mudança será implementada apenas nos Estados Unidos.

“A Meta desde já esclarece que, no momento, está encerrando seu Programa de Verificação de Fatos independente apenas nos Estados Unidos, onde testaremos e aprimoraremos as Notas da Comunidade antes de dar início a qualquer expansão para outros países”, diz o documento enviado à AGU.

Posição da AGU

A medida foi vista com preocupação pela AGU, que teme favorecimento da desinformação nas redes. O órgão alega que essas grandes empresas devem adotar medidas para combater a circulação de informações falsas para, pelo menos, mitigar os danos à população que usam esses produtos e serviços.

Em ofício enviado para a Meta, a AGU destacou que é “imprescindível” a necessidade da empresa proteger os direitos fundamentais, com respeito à legislação infraconstitucional e à Constituição Federal de 1988, e pediu explicações, em um prazo de 72 horas, sobre como a mudança seria implementada no Brasil.

Zuckerberg sobre checadores: “Parciais demais”

No anúncio da mudança, feito por meio de um vídeo publicado no Instagram, Zuckerberg afirmou que “os checadores de fato simplesmente têm sido politicamente parciais demais, destruindo mais confiança do que criaram”.

“É hora de voltar às nossas raízes em torno da liberdade de expressão. Chegou a um ponto em que há muitos erros e muita censura. Estamos substituindo os verificadores de fatos por ‘notas da comunidade’, simplificando nossas políticas e nos concentrando na redução de erros. Estamos ansiosos por este próximo capítulo”, explicou o CEO.

Na resposta enviada à AGU, a companhia informou que as mudanças visam simplificar sistemas para diminuir o exagero na aplicação de políticas, além de reduzir erros. Tais medidas, segundo a Meta, estão “profundamente comprometidas com a liberdade de expressão”.

“Até agora, vínhamos usando sistemas automatizados para detectar violações a todas as políticas. Vamos concentrar o uso desses sistemas para lidar com violações de alta gravidade, como terrorismo, exploração sexual infantil, drogas, fraudes e golpes. Continuaremos também a utilizar os nossos sistemas automatizados para analisar conteúdos que incentivem o suicídio e a automutilação”, disse a Meta no documento enviado à AGU.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.