Universidade promove capacitação de docentes para integração do metaverso no ensino

 

Em um mundo onde a tecnologia está em constante evolução, o ensino superior precisa acompanhar essas mudanças, adotando metodologias inovadoras que não apenas repassem conhecimento, mas também preparem os alunos para os desafios do mercado de trabalho. Afinal, os profissionais que estão sendo formados hoje serão os líderes e transformadores do futuro.

Pensando nisso, a Universidade Tiradentes (Unit) avança ao incorporar o metaverso como ferramenta educacional, inicialmente voltada às áreas da saúde. Para isso, a instituição promoveu uma capacitação em duas etapas para os docentes: uma teórica, com treinamentos virtuais sobre a nova tecnologia, e outra prática, realizada nos laboratórios da universidade, permitindo aos professores testar e aplicar a ferramenta. O intuito é que os docentes elaborem trilhas de aprendizagem e pitches para serem integrados aos cursos e projetos acadêmicos.

“Inicialmente, a tecnologia será utilizada na disciplina de Anatomia, abrangendo os cursos de Enfermagem, Medicina, Fisioterapia, Educação Física, Biomedicina, Nutrição, Farmácia e Odontologia. Os professores dessas áreas participaram do treinamento para empregar a ferramenta em suas aulas. Essa estratégia ativa, associada ao uso da tecnologia, dinamiza o aprendizado acadêmico e amplia as possibilidades além do ambiente físico tradicional”, afirma Rosane Milet, supervisora dos laboratórios de saúde e novas tecnologias da Unit.

Aplicabilidade e impacto no ensino

Para a coordenadora da área de saúde nos cursos de Fisioterapia e Enfermagem da Unit, Geisa Lima, o metaverso possibilitará treinamentos simulados em um ambiente virtual controlado, permitindo que os alunos pratiquem procedimentos antes de realizá-los em pacientes reais. “Com essa ferramenta, os estudantes são colocados em situações que exigem raciocínio clínico, baseando-se no conhecimento teórico e prático dentro de um ambiente imersivo. Isso reduz a ansiedade ao lidar com desafios reais, garantindo um pensamento clínico mais seguro e assertivo. Além da parte técnico-científica, essa abordagem também fortalece as soft skills, contribuindo para o desenvolvimento das competências socioemocionais”, explica Geisa.

O professor Arthur Melo, do curso de Enfermagem da Unit, reforça a importância da adaptação do ensino às novas gerações e suas habilidades tecnológicas, principalmente na Enfermagem, que envolve procedimentos invasivos que exigem precisão. “A execução correta desses procedimentos depende de prática e repetição, para que o cérebro memorize cada etapa. Com a simulação proporcionada pelo metaverso, os alunos podem treinar de maneira segura e eficaz, garantindo um melhor preparo para os estágios clínicos. Isso também impacta diretamente a segurança dos pacientes, pois os futuros profissionais desenvolverão suas habilidades técnicas e semiotécnicas antes da atuação real”, destaca Arthur.

A tecnologia por trás da inovação

Essa tecnologia está sendo desenvolvida em parceria com a ADA Metaverse, uma startup criada por egressas do curso de Biomedicina da Unit e incubada no Tiradentes Innovation Center. As irmãs Tâmara e Tássia Nunes desenvolveram essa solução com base em pesquisas nas áreas de neurociências e neuroengenharia, adquirindo expertise ao longo de suas trajetórias acadêmicas. O objetivo da inovação é reduzir os erros adversos na saúde, que são responsáveis por aproximadamente 2,6 milhões de óbitos no mundo.

“Nosso foco é utilizar a neurociência e o metaverso para criar um ambiente controlado, no qual os alunos possam praticar múltiplas vezes antes de lidarem com pacientes reais. Por meio de óculos de realidade virtual, eles podem cometer erros e corrigi-los sem riscos, aprimorando suas competências antes da atuação profissional”, explica Tâmara Nunes, cofundadora da ADA Metaverse.

A tecnologia oferece vantagens tanto para professores quanto para alunos. Para os docentes, possibilita uma visualização detalhada de estruturas anatômicas, como os sistemas nervoso e linfático, que podem ser difíceis de analisar em peças reais. No ambiente virtual, o professor consegue ampliar, rotacionar e observar essas estruturas tridimensionalmente, compartilhando a experiência com os estudantes.

“Outro diferencial é a preservação das peças anatômicas. O uso frequente de cadáveres pode comprometer os tecidos ao longo do tempo. Com a tecnologia digital twin (gêmeo digital), conseguimos escanear essas peças reais e transferi-las para o mundo virtual, permitindo que alunos de polos a distância tenham acesso ao mesmo conteúdo que os alunos presenciais”, acrescenta Tássia Nunes.

Pioneirismo e avanços

A adoção do metaverso pela Unit posiciona a instituição entre as primeiras em Sergipe a implementar essa tecnologia no ensino superior. Esse recurso representa um novo patamar na internet, funcionando como uma plataforma tridimensional que transforma a experiência educacional. “Embora ainda esteja em expansão globalmente, algumas soluções já foram desenvolvidas em outros países. No Brasil, poucas startups investem nessa área, e a ADA Metaverse é pioneira em Sergipe na aplicação do metaverso para a saúde”, afirma Tâmara.

Os planos futuros incluem a ampliação da tecnologia para outras áreas, como Imaginologia e Centro Cirúrgico, e posteriormente para novos cursos. “Nosso diferencial vai além da realidade virtual. Integramos inteligência artificial e análise de dados para acompanhar o desempenho dos alunos, gerando relatórios que ajudam os professores a monitorar a evolução acadêmica dos estudantes”, finaliza Tássia.

Fonte: Asscom Unit

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