Eleição na Câmara: ala do PL calcula 15 votos da sigla para van Hattem

O cálculo interno no PL (Partido Liberal) é que 15 deputados da sigla votaram em Marcel van Hattem (Novo-RS, foto em destaque) para a presidência da Câmara, contrariando a orientação dada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para a bancada. Porém, não há como saber quais parlamentares são os “traidores”, uma vez que a votação para o comando da Casa é secreta.

Por determinação de Bolsonaro, o PL deveria apoiar em sua totalidade o candidato vitorioso na disputa, Hugo Motta (Republicanos-PB), mas houve traições mesmo depois de o ex-presidente reunir a bancada no dia da eleição para reforçar a importância de votar de forma “coesa”.

Motta foi eleito com 444 votos dos 513 deputados. Marcel van Hattem, que era um candidato avulso, ou seja, sem o apoio de outros partidos, teve 31 votos, 27 a mais do que o número de membros do Novo, seu próprio partido, na Câmara: a bancada da sigla tem apenas quatro deputados.

Caciques do PL avaliam que houve votação de membros de outras siglas, que também são oposição ao governo Lula, para van Hattem e por isso o placar final dele foi 31 votos. Mas o partido já sabia que os olhares iriam se voltar para a maior bancada da oposição.

O PL tem, atualmente, 92 deputados e na sessão que elegeu Motta presidente, 91 estavam presentes. A única parlamentar da legenda que não compareceu foi Júlia Zanatta (SC).

Apesar de saber que houve traições, nesse momento não é avaliado no PL nenhum tipo de punição, até porque não há como saber com precisão quais seriam esses cerca de 15 parlamentares que votaram em van Hattem.

Preocupação com retaliação

No sábado (1º/2), a avaliação feita pelo futuro líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcanti (RJ), era de que,se houvesse votos expressivos em van Hattem, por exemplo, o PL poderia sofrer consequências na hora de negociar outros espaços dentro da Câmara, como o comando das comissões.

Sóstenes procurou Motta para falar que estava reforçando com a bancada a todo momento que o partido teria que votar no agora presidente da Câmara. Bolsonaro também se envolveu nessa articulação, a ponto de fazer o encontro com os parlamentares no sábado.

As redes bolsonaristas fizeram críticas ao apoio do PL a Motta e a Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), agora presidente do Senado. Alguns perfis afirmavam nos dias que antecederam o pleito que a direita deveria se unir em torno da candidatura avulsa de van Hattem.

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