Lula critica gestão hospitalar: “Não pode permitir que político mande”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ao Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (6/2), para a reinauguração da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, na capital carioca. Em discurso, o chefe do Executivo relembrou a crise causada pela má-administração das unidades chefiadas por indicações políticas. Lula defendeu que o governo não permita que “políticos mandem nos hospitais”.

“A gente não pode permitir que político, seja deputado, seja vereador, seja senador, que mande nos hospitais. Quem tem de mandar nos hospitais são os especialistas da saúde. Isso aqui não é comitê eleitoral de ninguém. Quem quiser voto vá para a rua pedir. Aqui as pessoas vêm para serem atendidas com respeito”, destacou o presidente.

Trata-se da primeira viagem do titular do Planalto desde os procedimentos cirúrgicos para tratar um sangramento na cabeça. No evento, que contou com a presença do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD-RJ), e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, Lula criticou o governador Cláudio Castro (PL) por não comparecer à cerimônia.

“Eu convido todos os governadores. Até aqueles que, de forma irresponsável, de vez em quando fazem crítica ao meu governo, eu convido. Ele (Cláudio Castro) poderia vir aqui e fazer um discurso para vocês para dizer como o estado vai cuidar da saúde”, lamentou.

Hospital federais

A obra de recuperação da emergência do Hospital de Bonsucesso faz parte do plano de reestruturação dos hospitais federais. Em 2020, a unidade sofreu um incêndio, que resultou na morte de três pacientes. Nísia Trindade lembrou o episódio. “Nós pegamos um hospital literalmente abandonado, deteriorado, com servidores desmotivados”, destacou a ministra. A emergência reaberta nesta quinta terá capacidade para atender até 700 pessoas por mês.

No início do ano passado, os hospitais federais foram alvo de denúncia pela precariedade das unidades comandadas, principalmente, por indicações de políticos. A crise levou à demissão do então diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) do Ministério da Saúde, Alexandre Telles.

Após o caso, o governo federal firmou um convênio com a prefeitura do Rio para transferir a gestão dos hospitais.

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