Quem são os chefões do Comboio do Cão julgados por ligação com PCC

Conforme a coluna noticiou, o Distrito Federal vai se tornar palco de uma audiência histórica com o julgamento de lideranças da facção criminosa Comboio do Cão (CDC). Entre os principais alvos estão Fabiano Sabino Pereira, conhecido como “FB”, e William Peres Rodrigues, o “Wilinha”. Ambos são apontados como chefes da organização criminosa que, nos últimos anos, consolidou sua presença no tráfico de drogas, armas e execuções na capital federal. Há suspeita de que ambos atuavam com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

FB e Wilinha, detidos na Penitenciária da Papuda, acompanharão o julgamento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) remotamente, assistidos por seus advogados.

Fabiano Sabino Pereira, o FB, está preso desde 2017 e foi condenado por integrar e comandar a facção. Considerado o braço direito de Wilinha, FB ainda responde por diversos homicídios. Antes de sua captura, ele já possuía um histórico criminal extenso, incluindo tráfico de drogas e tentativa de homicídio contra sua ex-companheira em 2007.

Por sua vez, William Peres Rodrigues, o Wilinha, chefe máximo do CDC, foi capturado em Paranhos (MS), na fronteira com o Paraguai, durante uma megaoperação da Polícia Civil do DF (PCDF) em abril de 2021. Na ocasião, ele estava em uma residência fortemente armada, onde os policiais apreenderam uma pistola calibre 9mm com carregador estendido e grande quantidade de munições. Wilinha foi condenado pelos crimes de liderança em organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Shot Caller

A investigação que culminou nas prisões de FB e Wilinha foi intensificada em 2023, quando a Polícia Civil do DF desarticulou uma conexão entre o Comboio do Cão e o Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação revelou uma rede criminosa sofisticada, especializada na lavagem de dinheiro e no tráfico de drogas e armas, operando com rotas diretas do Paraguai para o DF.

A Operação Shot Caller foi um marco na segurança pública do DF, levando à prisão de vários integrantes da facção. Somente em novembro de 2023, foram cumpridos 22 mandados de prisão temporária e 35 de busca e apreensão. Na segunda fase da operação, em abril de 2024, mais seis mandados foram executados.

Violência e influência do Comboio do Cão

Formada há mais de 10 anos, a facção Comboio do Cão ganhou notoriedade pela extrema violência em suas execuções e pela disputa armada por territórios de tráfico de drogas. O grupo se destaca pelo uso de armamentos de grosso calibre, pistolas com seletores de rajada e carregadores estendidos, que aumentam consideravelmente seu poder de fogo.

A morte de rivais e testemunhas faz parte da estratégia da facção para manter o controle das regiões sob seu domínio. O grupo é suspeito de mais de 30 execuções nos últimos anos. Desde 2015, a organização está na mira dos investigadores, que buscam desarticular suas operações e impedir sua expansão.

 

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