Alemanha condena EUA por concessões à Rússia antes de acordo de paz

O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, criticou os Estados Unidos por aceitarem fazer concessões à Rússia antes mesmo das negociações de paz, descartando a adesão da Ucrânia à Otan. Os dois países estão em guerra desde o início de 2022.


Entenda

  • Além da Alemanha, países como Reino Unido, França e Espanha endossaram que EUA não deveria ter feito concessões à Rússia.
  • Conflito está próximo de completar três anos, em 24 de fevereiro.
  • Recém-empossado, Trump foi convidado a visitar a Rússia para discussões presenciais.

Pistorius afirmou que os EUA, sob a presidência de Donald Trump, não deveriam aceitar tais concessões, permitindo que a Ucrânia tenha de abrir mão de parte do território ao presidente russo, Vladimir Putin. As declarações ocorreram após Trump afirmar que está pronto para negociar com a Rússia sobre o conflito.

“Na minha opinião, teria sido melhor falar sobre uma possível adesão da Ucrânia à Otan ou em possíveis perdas de território na mesa de negociações”, defendeu Pistorius.

A posição do ministro alemão foi endossada pelo ministro das Forças Armadas da França, Sébastien Lecornu, que alertou contra uma “paz pela fraqueza”, contrapondo à formulação “paz pela força”, defendida nominalmente pelo chefe da Casa Branca.

Diálogo

Trump quer se posicionar como o pacificador do conflito. Em conversa que durou uma hora e meia, o presidente dos EUA afirmou que ele e Putin concordaram em trabalhar “muito próximos” para encontrar uma solução para a guerra. Recém-empossado, Trump foi convidado a visitar a Rússia para discussões presenciais.

Logo depois, o presidente americano procurou o presidente ucranina, Volodymyr Zelensky, para discutir o tema e afirmou que o líder ucraniano também deseja a paz “assim como o presidente Putin”.

Reações

As declarações de Trump e Putin geraram reações negativas em diversos países da Europa, onde a possibilidade de a Ucrânia encerrar a guerra sem ceder territórios é considerada “irrealista”.

Porta-vozes do Reino Unido, da França, Alemanha, Itália, Polônia e Espanha afirmaram que estão “prontos para aumentar nosso apoio” à Ucrânia e reforçaram o compromisso com a “independência, soberania e integridade territorial” do país.

“Nossos objetivos compartilhados devem ser colocar a Ucrânia em uma posição de força. A Ucrânia e a Europa devem fazer parte de quaisquer negociações. A Ucrânia deve receber fortes garantias de segurança”, declarou o grupo de países Weimar+.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, foi questionado na manhã desta quinta-feira se o país estaria traindo a Ucrânia. Ele negou.

“Não há traição. Há um reconhecimento de que o mundo inteiro e os EUA estão investidos na paz, em uma paz negociada”, ressaltou. “Trump é o melhor negociador do planeta”, acrescentou o secretário.

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