Dólar na cueca x dólar do céu (por Roberto Caminha Filho)

Esses americanos criam cada empecilho para os brazucas se ocuparem, nem pensam nas nossas noites embaladas a picanha, champanhe e caviar. Essa de achar que o mundo vai acabar, com a extinção do dólar em papel, nas transações à vista, é de uma ingenuidade comanche. E vão seguir na extinção do dólar de papel e aumentar o rastreamento de todas as economias e do dinheiro que está sobrando no mundo paralelo.

Os americanos querem acabar com o P.C.B.I. (Produto Criminal Bruto Internacional) e os bancos com matrizes em paraísos fiscais, e só aumentarão os seus poderes de barganha no mercado internacional. A mercadoria mais cara, e difícil, ainda é o dinheiro, seja ele digital ou de papel.

Os bancos digitais crescem no meio da sociedade e até o Flamengo já é banqueiro. Uns cinco anos passados, o Mengão, ou um associado seu, que morasse na Rocinha, não poderia passar na frente da Caixa Econômica.        Hoje, um flamenguista com conta no BSR, vai ao Mercadão e compra o seu feijão, arroz e farinha, com um cartão rubro negro, e os feirantes o recebem com tapete vermelho e banda da Polícia Militar. O poder e o crescimento dos bancos digitais está em velocidade exponencial e derrapa menos que os carros do Fittipaldi e do Barrichello.

Sabem o por quê? Não existe mais dinheiro de papel no bolso dos brasileiros, e troco, nas mãos de feirantes, é substantivo abstrato. Os americanos estão atrasados uns três anos na busca do dindin digital. A brasileira, a mais esperta, está querendo se livrar do celular por um cartão qualquer que a mantenha distante de assaltantes. Algo a ser implantado no seu ouvido e mostrador pintado em seu punho. Os bandidos, não são poucos, sabem que a cidadã tem o celular, só não sabem onde está, e se atirar, vai perder toda a clientela que entra nos ônibus. Os taxis já são quebrados, para assaltos de celulares, dentro deles, com passageiros em trânsito.

O dolar na cueca desapareceu e só nos resta abrir uma igreja, em sociedade com Jesus, para termos os nossos escassos proventos, guardados da sanha dos lobos que nos espreitam sob todas as formas de agentes do bem. Os dólares de Jesus terão um peso menor, até na consciência. Vamos todos para as Igrejas pois é lá que o dinheiro é abençoado, em vez de taxado com a força dos romanos. Aquele político que deixou milhões, dentro de um apartamento, colocaria esses quilogramas de papel moeda, dentro de um cartão de crédito de um desses bancos digitais, que nem sabemos quem é o gerente, só sabemos que funcionam.

O capital, seja grego, romano, russo, cubano ou brasileiro, só quer a sua liberdade e o direito de ir e vir. O capital, ao ser ameaçado, ele pega o seu passaporte predileto, aquele guardado junto a muitos outros, dá um clic e sobe para as nuvens, para descer onde os senhores daquela terra, deixem os seus donos trabalharem, pagando os valores que os dois lados consideram justos, e que levem satisfação ao povo que o abrigará.

Qual o banco, digital ou manual, levará a fortuna dos seus clientes para dormir em Havana ou Caracas? Eles ainda preferem o Brasil, que continua dizendo, com voz grossa, que quer ser comunista ou socialista e mesmo assim, o mundo quer acreditar que não temos talento para o socialismo vermelho ou para o comunismo ipanemense.

Vamos aproveitar a onda do dinheiro digital, o momento americano de fazer besteira e deixar o capital escolher em qual cidade do Brasil ele dormirá, com o travesseiro cheio de papel moeda ou de cartões de contas digitais.

Vamos brincar de chineses e pegar o dinheiro capitalista que passar aqui por cima, ou pelos milhares de quilômetros de praias e hotéis que temos, e que sabem receber melhor que todos os povos do mundo, como mostramos no mundial de futebol e nas Olimpíadas do Rio.

 

Roberto Caminha Filho, economista, tem Us$1,300.00 para um Mac. Que fazer?

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