Novo suspende político alvo da PF por suposta ligação com PCC

O político do Novo que virou alvo da Polícia Federal (PF) por suposta ligação com integrantes do PCC foi suspenso pelo diretório nacional do partido depois da abertura de um processo administrativo para apurar as suspeitas.

A denúncia contra Claudio Fernando Aguiar veio do diretório estadual e ele terá dez dias para apresentar sua defesa no processo que pode resultar em expulsão da sigla.

O procedimento foi instaurado depois de Claudio ser alvo de busca e apreensão da PF na terça-feira (11/3). A ação foi autorizada pela Justiça Federal em Santos.

Ele entrou na mira da PF por causa de sua relação com Bruno Calixta, o Boy, apontado como integrante do PCC e principal alvo da investigação ao lado de Gabriel Martinez Souza, o Fant, que foi preso em Portugal por meio de uma cooperação jurídica internacional.

Como mostrou a coluna, um áudio usado pela corporação para pedir a busca e apreensão contra Claudio mostra Boy e o político em uma conversa sobre o suposto sumiço de um carro em uma comunidade.

Ao responder para o integrante do PCC, Cláudio diz ser “mais bandido que ele 50 vezes”. O “ele” seria uma pessoa de nome Clebinho, que teria tido um carro roubado e coletava valores para reavê-lo.

“Brunão, a gente tem que manter ele bem longe, ele não vê a gente como parceiro não, pô! Ele vê a gente como trouxa, porque ele pensa que eu sou boy, que eu nasci na praia… Mal sabe ele que a gente é mais bandido que ele 50 vezes”, diz trecho da conversa citado pela PF.

Depois da divulgação do caso, o Novo afirmou que abriria o processo administrativo para apurar os fatos.

Em nota, o partido afirmou que “repudia” qualquer desvio de conduta por parte de seus filiados.

“O Novo repudia veementemente qualquer desvio de conduta, prática irregular ou falta de transparência por parte de seus filiados, reafirmando seu compromisso intransigente com a ética, a integridade e as normas internas de compliance”, disse o partido em nota enviada à coluna.

Operação Emergentes

A investigação conduzida no âmbito da operação Emergentes, da PF, apura os crimes de organização e associação criminosa para o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

As informações que desembocaram na Emergentes vieram a partir da análise de materiais apreendidos em outras duas operações, a Sólis e a Morgan. Como o volume de dados era grande e havia muitos investigados, a corporação pediu que a investigação fosse desmembrada.

Foram analisados relatórios de inteligência financeira, dados obtidos por meio da quebra de sigilo telemático e foram realizadas pesquisas em bancos de dados para aprofundar a apuração.

Segundo a PF, foi isso que confirmou “toda a hipótese criminal, demonstrando-se, cabalmente, a existência de um associação, estável e permanente, para o tráfico internacional de drogas e condutas típicas de lavagem de capitais na transação de valores oriundos do tráfico”.

Ainda segundo os agentes, ficou “evidente” que alguns dos investigados integrariam o PCC.

Defesa

Procurado pela coluna, Claudio disse que ainda não foi informado da decisão do partido.

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