Os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram inalterada a estimativa de inflação para 2025 em relação à semana passada. É o que mostra a nova edição do Relatório Focus, divulgada nesta segunda-feira (7/4).
Inflação
De acordo com o relatório, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 5,65%, mesma projeção da semana anterior.
Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%.
Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.
O mercado continua esperando, portanto, que a inflação estoure o teto da meta neste ano.
Em relação ao ano que vem, os economistas consultados pelo BC mantiveram a projeção em 4,5%.
Para 2027, o índice esperado foi mantido em 4%.
Em fevereiro deste ano, o IPCA ficou em 1,31%, uma alta de 1,15 ponto percentual em relação a janeiro e a maior taxa para o mês em 22 anos.
No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação no país foi de 5,06%, ainda acima do teto da meta.
Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a “prévia” da inflação, mostra que os preços de bens e serviços subiram 0,64% em março — recuo de 0,59 ponto percentual em relação à taxa de fevereiro (1,23%).
O próximo resultado “cheio” do IPCA, referente a março, será divulgado na sexta-feira (11/4).
Leia também
Negócios
Ações de Hong Kong têm pior dia em 3 décadas. Bolsas da Ásia afundam
Negócios
Pânico geral: dólar explode e Bolsa desaba com medo de recessão global
Negócios
Inflação resiliente: por que o preço dos alimentos não baixa no Brasil
Negócios
Em 1ª fala pós-tarifaço, presidente do Fed projeta inflação mais alta
9 imagens
1 de 9
Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país
KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images
2 de 9
Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
Olga Shumytskaya/ Getty Images
3 de 9
Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
Javier Ghersi/ Getty Images
4 de 9
No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
boonchai wedmakawand/ Getty Images
5 de 9
De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
Eoneren/ Getty Images
6 de 9
No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
selimaksan/ Getty Images
7 de 9
No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros
Adam Gault/ Getty Images
8 de 9
Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas
Javier Zayas Photography/ Getty Images
9 de 9
Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação – quando o controle de todos os preços é perdido
coldsnowstormv/ Getty Images
PIB
Segundo o Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025 deve ter crescimento de 1,97%, também a mesma projeção da semana passada.
Para 2026, a previsão de crescimento da economia foi mantida em 1,6%.
Para 2027, a estimativa continua em 2%.
Em 2024, o PIB brasileiro fechou em alta de 3,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Juros
Em relação à taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado financeiro manteve a estimativa para o fim de 2025 em 15% ao ano.
Para 2026, a projeção segue em 12,25% ao ano.
Para 2027, o mercado manteve a estimativa para a Selic em 10,5% ao ano.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi elevada em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Foi o quarto aumento consecutivo da taxa básica de juros no país.
A próxima reunião do colegiado está marcada para os dias 6 e 7 de maio.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
Dólar
Os analistas consultados pelo BC reduziram a projeção para o dólar em 2025 de R$ 5,92 para R$ 5,90.
Para 2026, a estimativa caiu de R$ 6 para R$ 5,99.
Para 2027, o mercado manteve a projeção em R$ 5,90.
Relatório Focus
O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. O boletim é divulgado, normalmente, às segundas-feiras.