Mulher que se diz ganhadora de R$ 201,9 milhões na Mega-Sena e lotérica se opõem na Justiça por imagens de câmeras de segurança que, segundo a apostadora, poderiam comprovar a veracidade da aposta dela que se sagrou vencedora. O motivo: o jogo não foi registrado.
No caso em questão, revelado pela coluna com exclusividade nesta terça-feira (22/4), a empresária Mara Hoffmann afirmou ter feito três apostas no dia do sorteio, em 28 de setembro de 2022 – além da Mega-Sena, jogou na Quina e na Lotofácil. A apostadora, então, teria recebido três bilhetes e três comprovantes, só que um desses seria duplicado, o que ela só percebeu pouco antes do sorteio.
De acordo com o processo, obtido pela coluna, os seguintes números haviam sido apostados na Mega-Sena: 03, 20, 22, 23, 37, 41 e 42. Confira o resultado do concurso 2524:

A mulher registrou boletim de ocorrência e entrou com processo para obter as filmagens, aos quais a coluna teve acesso, em 30 de setembro de 2022. O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) acolheu o pedido na 1ª instância em fevereiro passado, dando prazo de 15 dias. Antes disso, a apostadora apresentou declaração de pobreza para pedir gratuidade judicial – que acabou negada.
A loteria, por sua vez, contestou a decisão sob o argumento de que não dispõe mais das imagens, uma vez que seriam apagadas a cada seis meses. Trataria-se, portanto, de uma produção de provas “impossível”.
Já a defesa da apostadora disse que, como ela foi ao estabelecimento no dia seguinte ao sorteio, conversou com a gerente e foi chamada a uma sala separada para assistir às imagens, a lotérica estaria ciente de que deveria guardar as filmagens. Uma cópia delas, porém, não teria lhe sido concedida.
“No dia 29 de setembro de 2022, a requerente procurou a segunda promovida para exigir o comprovante de sua aposta da Mega Sena. Tendo explicado à gerente que os números de sua aposta foram os sorteados no dia anterior. Assim, a gerente da lotérica informou que iria conferir as imagens das câmeras de seguranças internas. Depois de alguns instantes, a demandante fora chamada a uma sala interna, tendo sido confirmado, através das mencionadas imagens das câmeras de segurança, o erro da funcionária a qual não grampeou ao bilhete de aposta o comprovante premiado”, diz o processo.
Constam imagens dos três bilhetes no processo. Enquanto a mulher as usa para provar a própria versão dos fatos, a lotérica rebate.
“Ao se observar a forma como foi grafada e marcada as apostas no espelho da aposta, vemos que justamente a da MEGA-SENA é diferente das outras, deixando claro que foi feito posteriormente. Outro fato interessante é quando vemos o local onde foi grampeada a aposta, nas apostas realizadas vemos que foram grampeadas na lateral de cima do lado esquerdo, e justamente na da MEGA-SENA, se destacou o espelho original, se colocou um feito posteriormente e se grampeou no centro do bilhete”, sustenta a defesa do estabelecimento.
Também coloca em xeque o valor pago pelo bilhete:
“Por fim de forma a arrematar o aqui aduzido, se materializa no valor da aposta, pois segundo o espelho da MEGA-SENA anexado, vemos que foram marcados 07 números, assim sendo, só esta aposta seria R$ 31,50. Diferente dos R$ 11,00 cobrados, referente a todas as apostas realizadas”, complementa.
Sobre o sorteio da Mega-Sena
À época, o prêmio de R$ 201,9 milhões era considerado um dos maiores da Mega-Sena, próximo ao da Mega da Virada de 31 de dezembro de 2020. Como ninguém acertou as seis dezenas, o montante acumulou pela 14ª vez consecutiva.
Houve 404 apostas ganhadoras da quina (cinco acertos), no valor de R$ 43.914,62. Outros 30.194 jogos fizeram a quadra (quatro acertos) e receberam R$ 839,40.