A morte do papa Francisco mobilizou milhares de argentinos, que se reuniram na Catedral Metropolitana para prestar homenagens ao pontífice. Enquanto isso, o presidente Javier Milei, conhecido por críticas contundentes ao líder da Igreja Católica, emitiu nota oficial lamentando a perda e exaltando o trabalho do papa em defesa da vida desde a concepção.
Em 2018, Milei chamou Francisco de “esquerdista filho da p*ta” e “representante do maligno na casa de Deus”, acusando-o de pregar o comunismo. Agora, decretou sete dias de luto oficial e anunciou viagem ao Vaticano para participar das cerimônias fúnebres.

Histórico de confrontos
Antes de assumir a presidência, Milei fez diversas declarações polêmicas sobre o papa. Chamou-o de “imbecil”, “personagem nefasto” e “comunista”, criticando sua defesa da justiça social. Em entrevistas e redes sociais, acusou Francisco de violar os Dez Mandamentos e promover o comunismo global.
As críticas geraram reações da Igreja Católica na Argentina. Padres de bairros populares realizaram missas em defesa do papa e repudiaram os ataques de Milei. A Conferência Episcopal Argentina também expressou preocupação com o clima de hostilidade gerado pelas declarações do então candidato.
Reaproximação e mudança de tom
Após eleito, Milei adotou postura mais conciliadora. Em fevereiro de 2024, participou da canonização da primeira santa argentina no Vaticano e teve audiência privada com o papa. Na ocasião, chamou Francisco de “o argentino mais importante da história” e presenteou-o com alfajores.
A mudança de tom foi vista com desconfiança por setores da sociedade e da mídia, que lembraram o histórico de ofensas. No entanto, a reaproximação foi interpretada como gesto político para melhorar relações com o Vaticano e a comunidade católica argentina.

Legado do papa Francisco
Jorge Bergoglio, o papa Francisco, foi o primeiro pontífice latino-americano e liderou a Igreja Católica de 2013 até sua morte em 2025. Durante seu papado, adotou posturas firmes contra o neoliberalismo, a discriminação de migrantes e a instrumentalização da Igreja na política. Defensor dos pobres e dos povos originários, enfrentou críticas de líderes ultraconservadores, incluindo Milei.
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