Caso Bruna: após o crime, suspeito fez a barba e trocou de roupa

São Paulo — O suspeito de ter matado a estudante Bruna Oliveira da Silva, que foi encontrada morta na última quinta-feira (17/4) nos fundos de um estacionamento, começou a apresentar um comportamento diferente dias após o crime, afirmam testemunhas. Esteliano José Madureira “Mineiro”, de 43 anos, foi encontrado morto nessa quarta-feira (23/4), na Avenida Morumbi, zona oeste de São Paulo.

Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (24/4), o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) afirmou que pessoas próximas a Mineiro notaram que ele estava mais nervoso, fez a barba e trocou algumas vezes de roupa, coisas que ele não fazia. Segundo a polícia, esses “sinais indicativos acenavam para a participação dele no crime”. O homem prestava serviços montando barracas para ambulantes em estações de metrô.


Relembre o caso

  • Bruna desapareceu no trajeto entre a estação Corinthians-Itaquera do metrô e casa onde morava com os pais, na zona leste.
  • Ela voltava da casa do namorado, no Butantã, zona oeste.
  • No terminal da estação Itaquera, ela precisou carregar o celular em uma banca de jornal. Nesse momento, chegou a mandar uma mensagem para o namorado pedindo dinheiro para voltar para casa por carro de aplicativo, porque já estava tarde.
  • Ele transferiu o valor, mas o celular da estudante teria descarregado e não foi mais possível ter contato com ela.
  • Conforme Karina Amorim, amiga da vítima, a última vez que ela acessou o WhatsApp foi às 22h21 do domingo (13/4).
  • A família de Bruna entrou em contato com a plataforma de carros de aplicativo, que informou que a jovem não chegou a solicitar uma corrida naquela noite.

Perseguição

Câmeras de segurança flagraram o momento em que o homem segue e aborda Bruna Oliveira da Silva em uma avenida, na zona leste da capital. Veja:

Na última quinta-feira (17/4), Bruna foi encontrada nos fundos de um estacionamento, na Avenida Miguel Ignácio Curi, região da Vila Carmosina, na zona leste de São Paulo. A mestranda da USP estava desaparecida desde 13 de abril e havia sido vista pela última vez no terminal de ônibus da estação de metrô Corinthians-Itaquera.

Identificação

Nessa quarta-feira (23/4), a Polícia Civil havia divulgado a foto do suspeito após disponibilizar um retrato falado referenciado por imagens. De acordo com a polícia, a caracterização (à direita na foto abaixo) é uma ilustração feita a partir de uma técnica que combina o retrato falado colorido com o auxílio de inteligência artificial (IA).

Imagens coloridas de foto e retrato falado de homem

Segundo a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP e responsável pelo caso, o autor do crime tinha dois filhos e uma ex-esposa. “Foi acusado de roubo uma vez, em 2008, mas não tem nada de violência doméstica ou de agressão que ele tenha praticado contra alguém”, afirmou em entrevista coletiva à imprensa.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que foram apreendidos diversos objetos na residência do criminoso, que foram encaminhados para perícia.

Protesto

Estudantes da USP Leste, responsável pelos cursos de arte, ciência e humanidades, realizarão um ato simbólico nesta quinta-feira (24/4), “a fim de exigir justiça e cobrar seriedade nas investigações”.

Segundo as estudantes, ainda não foi esclarecida a situação que os policiais militares encontraram o corpo da estudante e registraram como morte suspeita, “não pegando provas no momento de levar o corpo e atrapalhando as investigações do DHPP”.

7 imagens

Bruna deixa um filho

Filho de 7 anos de Bruna, encontrada morta em estacionamento da zona leste de São Paulo, ainda não sabe da morte da mãe
Ela era formada em turismo
Jovem de 28 anos fazia mestrado na USP
Bruna e Karina, amigas há quase 12 anos
1 de 7

Bruna foi encontrada nos fundos de um estacionamento

Instagram/Reprodução

2 de 7

Bruna deixa um filho

Instagram/Reprodução

3 de 7

Filho de 7 anos de Bruna, encontrada morta em estacionamento da zona leste de São Paulo, ainda não sabe da morte da mãe

Reprodução

4 de 7

Ela era formada em turismo

https://www.instagram.com/metropoles.sp/

5 de 7

Jovem de 28 anos fazia mestrado na USP

Instagram/Reprodução

6 de 7

Bruna e Karina, amigas há quase 12 anos

Acervo pessoal

7 de 7

Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, foi encontrada morta em um estacionamento, na zona leste de SP

Facebook/Reprodução

O documento também diz que o caso da Bruna não é isolado e “que as mulheres são violentadas cotidianamente”. Além disso, o grupo afirmou que está articulando com coletivos feministas, movimentos sociais, parlamentares e movimentos estudantis para o ato.

As estudantes pedem políticas concretas que atendam a realidade da população, que as políticas de atendimento às mulheres sejam articuladas com diversas redes de atendimento e que as câmeras de segurança sejam abertas: “A família, os estudantes, os professores, os funcionários e todos aqueles que tiveram contato com Bruna exigem justiça e resposta para esse crime brutal e cruel”.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.