O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi detido nesta sexta-feira (25) em Maceió, por volta das 4h da manhã, enquanto se dirigia ao aeroporto para embarcar rumo a Brasília. A prisão ocorreu após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negar recurso da defesa e determinar o cumprimento imediato da pena de 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A detenção de Collor acendeu o alerta entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que veem na decisão um indicativo de que o STF pode adotar postura semelhante nos processos relacionados à tentativa de golpe de Estado de 2022.
Decisão de Moraes e seus desdobramentos
Na quinta-feira (24), Alexandre de Moraes rejeitou um segundo recurso apresentado pela defesa de Collor, classificando-o como “meramente protelatório”. Com isso, determinou a prisão imediata do ex-presidente. A defesa alegou que Collor estava a caminho de Brasília para se entregar espontaneamente quando foi detido.
A condenação de Collor, ocorrida em maio de 2023, refere-se ao recebimento de R$ 20 milhões em propinas da UTC Engenharia, entre 2010 e 2014, em troca de favorecimento em contratos com a BR Distribuidora, então subsidiária da Petrobras. A acusação foi baseada em delações premiadas e documentos apreendidos durante a Operação Lava Jato.
Repercussão entre aliados de Bolsonaro
A prisão de Collor gerou preocupação no círculo próximo de Jair Bolsonaro, que enfrenta investigações no STF por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Aliados temem que o ministro Moraes adote a mesma linha dura, acelerando processos e rejeitando recursos considerados protelatórios.
Em março de 2025, o STF aceitou denúncia contra Bolsonaro e outros sete acusados, incluindo militares de alta patente, por crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
Possíveis implicações futuras
A decisão de Moraes em relação a Collor sinaliza uma postura mais rígida do STF frente a crimes de corrupção e atentados à democracia. Caso o tribunal mantenha essa linha, é possível que Bolsonaro enfrente julgamento e, eventualmente, prisão ainda em 2025, dependendo do andamento dos processos.
A situação atual indica que o STF está disposto a agir com celeridade em casos que envolvem figuras políticas de destaque, independentemente de sua posição ou influência.
O post Ordem de Moraes para prender Collor aumenta o medo dos Bolsonaristas apareceu primeiro em Diário Carioca.