Após a revelação de que a ex-síndica Daniele Nóbrega, que geria o residencial Monte Carlo, em Águas Claras no Distrito Federal (DF), teria desviado mais de R$ 350 mil do caixa do condomínio, documentos obtidos pelo Metrópoles detalham o destino de parte desse dinheiro.
Moradores reuniram notas fiscais, comprovantes bancários e registros contábeis que apontam o uso de verbas coletivas para compra de itens usados na montagem e manutenção de negócio particular. Nos documentos disponibilizados por Nóbrega para prestação de contas, essas despesas são identificadas como “manutenção” ou “outras despesas”. Ela é acusada de financiar compras para uma esmalteria em Ceilândia.
Alguns materiais, que vão de copos, lavatórios e bandejas ao piso utilizado em parte da esmalteria, teriam sido pagos com recursos do condomínio. Itens estes que, segundo moradores, nunca foram usados em áreas comuns do prédio. Em contrapartida, as mesmas peças foram mostradas em fotos publicadas nas redes sociais do estabelecimento.
Pagamentos via Pix também chamaram atenção. Nos registros fiscais foram localizadas transferências feitas diretamente a um cabeleireiro que atua no mesmo espaço que a esmalteria, fato também registrado no Instagram.
Veja abaixo imagens dos itens comprados:
De acordo com relatos de moradores, o espaço moderno com acabamento em vidro fica próximo à vidraçaria do pai da acusada. Em 2023, as contas do condomínio registraram gastos de cerca de R$ 15 mil em vidraçarias, sem que houvesse justificativa visível no condomínio para tais gastos.
“Quando analisamos as notas e os pagamentos, percebemos que muito material de construção, vidro, tinta e acabamentos não tinham correspondência com obras no condomínio. A conexão com a esmalteria foi inevitável”, afirmou morador.
Entenda o caso
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- Moradores de Águas Claras acusam ex-síndica de desviar dinheiro do condomínio;
- Irregularidades incluem uso de Pix de familiares e falsificação de cheques;
- Dinheiro teria sido usado em obras pessoais e pagamentos sem comprovação;
- Documentos indicam depósitos a parentes e recibos sem nota fiscal;
- Polícia apreendeu celulares e computadores ligados à suspeita.