Duas mulheres foram deportadas para Honduras com seus filhos, que têm cidadania norte-americana, após realizarem check-ins de rotina no Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), em Nova Orleans. Um dos filhos é um menino de 4 anos com um tipo raro de câncer.
Uma das mães, acompanhada dos filhos de sete e quatro anos — ambos cidadãos norte-americanos —, não conseguiu acesso aos medicamentos necessários para tratar o filho mais novo, que sofre de uma forma rara e avançada de câncer.
A outra mãe, que está grávida, foi deportada para Honduras com suas filhas de 11 e 2 anos, enquanto o pai das crianças e um cuidador tentavam entrar em contato com elas antes da deportação. Esse caso ocorreu na terça-feira (22/4).
Um dos advogados do caso, que representa as mães deportadas, afirmou que elas foram presas durante check-ins de rotina da ICE, e deportadas em até três dias, para longe da cidade, segundo informações do jornal The Guardian.
Isolamento
A advogada Gracie Willis, do Projeto Nacional de Imigração, que representa uma das famílias e atua em coordenação com a equipe jurídica da outra, afirmou que as mães foram mantidas em ‘”completo isolamento” antes de serem deportadas.
A mulher grávida está nos estágios iniciais da gestação e passou por um “estresse inimaginável”, segundo Willis. Ela foi detida junto com os filhos.
“Não houve decisões reais sendo tomadas aqui, especialmente quando esses pais não conseguiam se comunicar com outros cuidadores disponíveis”, contou Willis.
Os advogados entraram com uma moção de emergência para tentar impedir a deportação de uma das crianças, que possui cidadania norte-americana. Um juiz distrital federal levantou suspeitas sobre o caso, afirmando que, ” o governo, tinha acabado de deportar uma cidadã americana sem nenhum processo significativo”.
“A mãe escolheu levar as crianças”
Tom Homan, secretário de fronteira da Casa Branca, afirmou: “As crianças não foram deportadas. A mãe escolheu levar as crianças com ela”.
Uma audiência foi marcada para o dia 18 de maio, a fim de apurar o caso da criança de 2 anos, que possui cidadania norte-americana. Segundo a advogada Gracie Willis, o pai tentou entrar em contato com a parceira e resgatar a filha nos dias que antecederam a deportação.